Declaração foi dada durante a participação de Henrique no programa O Tabuleiro.

O cacauicultor e dono da Fazenda e do chocolate Sagarana, Henrique Almeida participou do programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, para falar sobre a conquista do produtor de cacau Luciano Ramos de Lima, que ganhou o primeiro lugar no concurso Cacao of Excellence, o Oscar do chocolate, em Amsterdã. Henrique falou do prazer e da alegria que teve ao receber a notícia, que engrandece a região cacaueira e é importante para todos os grapiúnas. "Quero deixar aqui toda minha alegria, minha satisfação com o prêmio do melhor cacau do mundo que foi levantado lá em Amsterdam pelo produtor ilheense Luciano, uma pessoa extremamente séria, competente, fruto desse visto do cacau", disse ele.

Henrique falou também sobre a batalha para o cacau do Brasil ser reconhecido mundialmente pelos órgãos regulamentadores. "As pessoas não acreditavam que o Brasil tinha essa capacidade de fazer chocolate fino. O Brasil não era reconhecido no mundo do cacau como produtor de cacau fino pela ICCO, a organização internacional de cacau e café que regulamenta esses países que são produtores de cacau fino. Foi uma batalha nossa, da CEPLAC, do governo do estado, da turma do Pará. As batalhas e as discussões que nós tivemos no Salon Du Chocolat, em Paris, até sermos reconhecidos em 2010, 2011, como produtor de cacau de aroma. E hoje aquela sementezinha que nós plantamos lá atrás, em 2008, que já tinha dado alguns bons frutos, João Tavares foi o primeiro a ganhar esse prêmio, e agora Luciano nos dá essa alegria de vermos a medalha de ouro para o nosso cacau", disse Henrique.

O empresário falou também sobre a valorização do cacau e o crescimento na produção de chocolates finos, nos próximos anos. "Essa região ainda vai ser muito pujante na produção não só de cacau, mas acima de tudo de chocolates finos, de qualidade, de aroma, sem produtos químicos". E finalizou deixando uma reflexão: "se você analisar o que era a soja brasileira nos anos 70, não era nada. Acho que o Brasil era importador de óleo de soja, produzia-se soja no Rio Grande do Sul, no Paraná. Mas não tínhamos a exuberância que é a soja. Aí a agricultura brasileira deu a revolução na soja, no milho no Centro Oeste, Cerrado, a China virou o que virou. E hoje o Brasil é o maior em produção de óleo de soja e milho do mundo. A reflexão é 'por que a gente não pode fazer isso com o nosso cacau e chocolate, olhando pra esse novo mundo, que é até mal interpretado, o mundo asiático, o indiano, que é o outro lado do planeta? Sejamos mais inteligentes. Precisamos ser mais unidos. A gente precisa ser mais apaixonado. Estarmos mais juntos porque o cacau da Bahia, do Brasil, ainda vai dar muita alegria e renda a esse povo", declarou Henrique.