Ex-prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, destacou apoio do Progressistas ao governo municipal, mas admite falta de espaço para contribuir mais de perto com a gestão

O ex-prefeito de Ilhéus, ex-deputado federal, e atual secretário-geral do Progressistas na Bahia, Jabes Ribeiro, foi o entrevistado desta sexta-feira (5) do programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, conduzido pelo comunicador Vila Nova. Questionado se estaria se sentindo isolado no governo do prefeito Valderico Júnior, Jabes afirmou que a questão deve ser analisada em duas perspectivas: a partidária e a pessoal. “Eu preciso falar como partido político, porque se não fica uma coisa muito personalizada. O meu partido é prestigiado dentro do governo. Problemas todo mundo tem, dificuldades nós temos, mas o partido ajudou a ganhar e, portanto, participa do governo como resultado da nossa participação no processo da vitória do atual prefeito”, disse.

Segundo ele, o Progressistas ocupa três secretarias municipais com nomes de peso e reconhecidos pelo próprio prefeito. “Nós temos três secretários que eu acho que não desonram ninguém. Cacá, por exemplo, tem experiência, já foi vice-prefeito, secretário municipal e conhece a máquina pública. A Sayonara é servidora concursada da Universidade Federal de Santa Cruz e tem uma história no partido. E Anarleide é museóloga, em um momento em que temos tantos problemas na cultura da cidade. Nós indicamos nomes com o compromisso de não errar”, destacou.

Jabes reforçou que o partido também garante apoio na Câmara de Vereadores. “Apoiamos indiscutivelmente o governo, porque nós queremos que o governo dê certo. Se o governo der certo, é bom pra cidade. A cidade é que ganha.”

No entanto, ao falar de sua relação pessoal com o prefeito, o ex-prefeito reconheceu distanciamento. “Só do ponto de vista das minhas relações pessoais, eu gostaria que as relações fossem melhores, mas entendo. Eu digo sempre o seguinte: é prefeito. Eu tenho essa concepção de que precisamos entender o papel do prefeito, com suas dificuldades e problemas. Sempre disse a ele: estou aqui para ajudar, no que precisar, só isso”, afirmou.

Com sua experiência política, Jabes acredita que poderia contribuir mais em algumas áreas estratégicas, mas lamenta não ter espaço suficiente para dialogar com o prefeito. “Eu gostaria de ter mais espaço para conversar, discutir melhor, ajudar mais. Por exemplo, eu acho que o governo atrasa terrivelmente em não dar início ao trabalho da comissão para o centenário de Ilhéus. Isso é fundamental pelo simbolismo da cidade, mas também tem um caráter estratégico. O governo precisa ser capaz de agregar a sociedade civil e até partidos de oposição em torno de um grande programa para a cidade. Já disse isso ao prefeito pessoalmente e em reunião com ACM Neto. Eu sou aliado, não subserviente. Quero o bem do governo, mas quero ter independência para expor minhas posições”, pontuou.

O ex-prefeito disse ainda que está há quase dois meses sem falar com o atual gestor. “Não é por nada não. Imagino que ele esteja cheio de compromissos, com a agenda muito cheia. Também não quero ficar todo dia ‘prefeito, prefeito, prefeito’. Mas eu gostaria de conversar mais, de poder contribuir mais”, declarou.

Apesar do distanciamento, Jabes afirmou que segue torcendo pelo sucesso da administração. “Quero que o governo dê certo, que meu partido continue colaborando e contribuindo no processo administrativo. Esse é o nosso objetivo. Torço para dar certo. Mas, como político, eu quero estar conversando, quero debater. Não é mais do que isso.”

Confira a entrevista completa:

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