"NÓS NÃO VAMOS CONSEGUIR CONVIVER COM ELA", ALERTOU HENRIQUE ALMEIDA SOBRE A MONILÍASE
Segundo o empresário agricultor, o fungo da vassoura solta 2 milhões de esporos, enquanto o da monilíase solta 7 bilhões
O empresário agricultor, Henrique Almeida, esteve no programa O Tabuleiro, da Ilhéus FM, nesta quinta-feira para falar sobre um problema que tem assustado quem trabalha com produção de cacau no Brasil. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, no dia 2 de julho, a ocorrência de um novo foco de monilíase do cacaueiro (Moniliophthora roreri) no município de Urucurituba, no Amazonas. A suspeita de ocorrência da praga foi verificada no dia 24 de junho durante ações de vigilância fitossanitária conduzidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), e confirmada por meio de análise laboratorial realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA/GO). O surgimento vem preocupando cacaiucutores da região sul da Bahia, visto que o produto é importado do Pará, região próxima ao local afetado pela monilíase. O comunicador Vila Nova perguntou à Henrique, se a região está vivendo mais uma ameaça hoje, depois da vassoura de bruxa, por conta da manliase? Henrique afirmou que sim. "Há pessoas que vão me contestar e dizer que a gente vai conseguir conviver. Não, a gente não vai conseguir conviver. Porque não temos material testado para monilíase. Tem cinco anos que esses materiais estão no CENARGEN (Centro Nacional de Recursos Genéticos), em Brasília. É uma central da Embrapa que todos os materiais vegetais, que correm risco de trazer doença, ficam em quarentena. E dali, segue para teste de laboratório ou teste de campo. A Ceplac mandou esses materiais há cinco anos para o CENARGEN, para que fossem testados no Equador, países da América Central, que têm monilíase. E esse material nunca foi. Disseram que vai no fim deste mês. Mas, são cinco anos de atraso e isso não se testa da noite para o dia. E nós temos que ter um plano de como substituir os materiais. Eu estou falando de 450 mil hectares. Nós já chegamos a ter 600 mil hectares, mas a vassoura de bruxa levou 150 mil. Virou pasto. Um problema ambiental sem tamanho", alertou Henrique.
Um estudo realizado na Ceplac, mostrava que a moniliase ia chegar ao Brasil, pelo Acre, em 2015. "Nós conseguimos retardar para 2021. O Pará sempre foi tido como uma região de médio risco e a Bahia, baixo risco. Em 1 ano e meio, a monilíase deu um pulo de 1200 km em linha reta. De Tabatinga até Urucurituba, no Amazonas, (que está a 200 km da divida com o Pará), percorreu 1200 km em um ano, em linha reta", disse Henrique.
O empresário alertou também para o perigo e a rapidez na proliferação da monilíase. "A vassoura de bruxa vive de 24 a 36 horas, no máximo, em ambiente propício. A moniliáse dura 9 meses. O fungo da vassoura solta 2 milhões de esporos. O da minilíase solta 7 bilhões. Um outro estudo realizado na Ceplac mostrou que no dia que a monilíase chegar a Bahia, em seis meses ela vai estar de Mucuri a Valença. O risco de chegar ao Pará, é que nossas moageiras compram cem por cento do cacau de lá", contou.
Henrique falou também da importância da ciência no combate à monilíase. Para ele, é necessário investimentos em estudos na área para tentar conter essa praga. "Nós temos grandes doutores da pesquisa do cacau aqui em Ilhéus. Falta ação política e investimentos", declarou.
Confira a entrevista completa:
Resposta de Patrícia Edle von Dall Armi
Concordo plenamente! Temos que fechar as portas para cacau externo, buscar mudas resistentes a Monilia ! E por favor levar adiante as pesquisas !
★ ★ ★ ★ ★ Em 26-07-2024 às 08-20h 5Resposta de Laecio Mamédio Machado
Parabéns pela entrevista Henrique , VC é uma cabeça pensante, sabe tudo de cacau!!
★ ★ ★ ★ ★ Em 26-07-2024 às 01-08h 5