Médico criticou a falta de investimentos em prevenção e defende integração de políticas públicas para reduzir a pressão sobre o sistema de saúde

Durante entrevista no programa O Tabuleiro da rádio Ilhéus FM, o médico Jorge Arouca chamou atenção para o modelo atual de gestão pública da saúde no Brasil, que prioriza ações curativas em detrimento da prevenção. Segundo ele, “80% dos recursos financeiros são destinados à recuperação e cura, enquanto campanhas de prevenção são pouco realizadas na prática.”

Arouca destacou que a falta de enfoque em medidas preventivas onera o sistema de saúde pública e prejudica a qualidade de vida da população. “O Poder Público não deve esperar as pessoas adoecerem para buscar o serviço. A prevenção precisa ser uma prioridade para reduzir a pressão sobre os serviços de saúde. Ao invés de ser uma secretaria de saúde, está sendo uma secretaria de doença, porque só trata, só aborda as questões das doenças", pontuou.

Ele defendeu a implementação de campanhas contínuas e políticas públicas que integrem saúde, educação e esportes. A inclusão de profissionais como educadores físicos e psicólogos nos sistemas municipais de saúde foi apontada como essencial para promover um cuidado mais abrangente. “Precisamos de mais profissionais e equipes multiprofissionais, alinhando secretarias de esporte e saúde para promover ações intersetoriais.”

Além disso, Arouca afirmou que o envelhecimento da população brasileira exige uma reestruturação dos serviços de saúde. “A expectativa de vida no Brasil aumentou, mas com isso vieram as doenças relacionadas à idade. A prevenção precisa ser a base para aliviar a pressão sobre o sistema.”

Para Dr. Jorge Arouca, a saúde pública deve ir além do diagnóstico e tratamento, adotando uma abordagem contínua que envolva a mudança nos hábitos de vida da população. Ele acredita que a integração entre sociedade, governo e iniciativa privada é fundamental para transformar o panorama da saúde pública no país.

Confira a entrevista completa:

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