"O TEATRO NÃO TEM UMA TOMADA FUNCIONANDO", DIZ ELSON ROSÁRIO SOBRE O TEATRO MUNICIPAL DE ILHÉUS

Produtor local denuncia precariedade da casa de espetáculos, que não pôde receber a peça [sem] DRAMA
Durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, na manhã desta sexta-feira (1º), o produtor cultural Elson Rosário fez um desabafo sobre a precariedade do Teatro Municipal de Ilhéus. A crítica veio à tona ao comentar sobre o espetáculo [sem] DRAMA, que será apresentado nos dias 1º e 2 de agosto no Terreiro Matamba Tombenci Neto, e não na principal casa de espetáculos da cidade. Segundo ele, “o teatro não tem uma tomada funcionando”.
Ao falar da dificuldade em realizar o espetáculo no equipamento público, Elson destacou que “a indicação de Anarleide foi perfeita como secretária de Cultura, mas ela sozinha não pode tocar tudo sem verba. O teatro não tem uma tomada funcionando. Pawlo Cidade fez agora a Festa Literária de Ilhéus e deu trabalho pra achar uma tomada pra ligar a mesa de som. Deu trabalho, amigo. Está tudo em curto aquilo ali”.
Com mais de 45 anos de experiência na produção cultural em Ilhéus, Elson relembrou sua trajetória no teatro e lamentou o estado de abandono do espaço. “uma casa daquela é o templo sagrado da arte”, afirmou.
Ele completou relembrando o processo de requalificação do espaço e citando quem idealizou a transformação do equipamento: “Foi Pedro Matos que deu essa grande ideia para ele, de pintor intelectual, de recuperar Jabes Ribeiro como um cara de visão, que se transformou no melhor gestor da cultura de Ilhéus de todos os tempos”.
O comunicador Vila Nova acrescentou, durante a conversa, que “só tinha a fachada, mas nada. Não tinha mais nada, só tinha a fachada”. O teatro foi completamente recuperado e se tornou, segundo ele, “uma casa de espetáculo maravilhosa, elogiada por todos os que se apresentam no teatro”.
Elson destacou que a precariedade é tão grave que inviabiliza a realização de espetáculos com condições mínimas: “Um espetáculo com dois organizadores, não pode fazer no teatro porque você não tem um porteiro, não tem bilheteiro. Pra ter uma limpeza, tem que pagar hora extra pra profissional que faz o serviço. Aí ficou muito dispendioso”.
Por conta dessas limitações técnicas e operacionais, a produção local optou por realizar a peça no Terreiro Matamba Tombenci Neto, espaço no bairro da Conquista. Elson falou sobre a importância dos parceiros locais: “A gente tem aonde: Marinho Rodrigues, da Gongombira, mãe Ilza, que é uma atriz, uma artista, pra realizar”.
O espetáculo [sem] DRAMA, dirigido e protagonizado por Caio Rodrigo e Gordo Neto, foi indicado ao Prêmio Bahia Aplaude e já alcançou mais de mil espectadores em Salvador. Em Ilhéus, as apresentações contam com ingressos acessíveis — R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia — e também com ações de formação artística, como uma oficina gratuita no sábado (2), às 9h, para quem assistir à apresentação da sexta-feira.
Confira a entrevista completa:
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