"QUEM AMA NÃO BATE": POLIANA VICENTE ALERTA SOBRE O FEMINICÍDIO E REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA DENÚNCIA

A cada seis horas e meia, uma mulher é assassinada no Brasil. Violência psicológica e física deixam marcas que vão além do corpo
Durante sua participação no programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, nesta sexta-feira (7), Poliana Vicente, coordenadora da Corrida "O Grito Contra o Feminicídio", trouxe dados alarmantes sobre o feminicídio e destacou a urgência de ações para enfrentar esse crime brutal. "A cada seis horas e meia, uma mulher é assassinada. A cada dez minutos, uma mulher é agredida. E, muitas vezes, isso acontece simplesmente porque ela não concordou com algo que o 'Alecrim Dourado' falou", afirmou, referindo-se a agressores que se acham donos da vida de suas parceiras.
Poliana destacou que a violência contra a mulher vai muito além da agressão física. "Uma mulher que é agredida não carrega só a marca no corpo. O psicológico dela fica destruído. Ela passa a ter medo de um barulho na porta, do som de uma moto. É um assassinato diário da autoestima e da liberdade", disse.
A organizadora da corrida também enfatizou a necessidade de denunciar os agressores. "A culpa nunca é da vítima. Não tenha medo de denunciar. Procure seus direitos. Quanto mais mulheres denunciarem, mais vidas podemos salvar", afirmou.
Além da corrida que acontece neste domingo (9), outras ações estão sendo planejadas para manter o tema em evidência durante todo o ano. "Queremos realizar encontros em locais públicos e oferecer aulas de introdução à defesa pessoal para mulheres", revelou Poliana.
Ela também ressaltou a importância de divulgar serviços de apoio às vítimas, como a Delegacia da Mulher (Deam), o CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher) e núcleos de acolhimento. "Muitas mulheres não sabem que Ilhéus tem esses espaços. Precisamos falar sobre isso", alertou.
O combate ao feminicídio exige conscientização e engajamento de toda a sociedade. "Não vamos normalizar a violência. Quem bate não ama", concluiu Poliana, deixando um recado claro para mulheres e homens: é preciso agir para que nenhuma vida seja interrompida pelo machismo e pela violência.
Sobre a corrida:
A primeira edição da corrida e caminhada "O Grito Contra o Feminicídio", será realizada no próximo domingo (9). A largada será às 7h, na Avenida 2 de Julho, e deve reunir cerca de 500 pessoas, entre inscritos (250), e participantes espontâneos.
Confira a entrevista completa:
Deixe seu comentário para "QUEM AMA NÃO BATE": POLIANA VICENTE ALERTA SOBRE O FEMINICÍDIO E REFORÇA A IMPORTÂNCIA DA DENÚNCIA