Diretora da Escola de Dança Camarim destaca os benefícios da dança e anuncia o espetáculo “Espelho, espelho meu”, que será apresentado em Ilhéus

A diretora e professora de dança da Escola de Dança Camarim, Vanessa Damásio, participou na manhã desta segunda-feira (27) do programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, apresentado por Vila Nova, e falou sobre os benefícios da dança para pessoas de todas as idades e sobre o espetáculo “Espelho, espelho meu”, que acontecerá no dia 14 de novembro, no Centro de Convenções de Ilhéus.

Questionada por Vila Nova se é comum as pessoas sentirem vergonha de dançar, muitas vezes se trancando no quarto para praticar sozinhas, Vanessa explicou que isso é uma realidade para muitas pessoas. “De fato isso é uma prática de alguns, né? De se trancar em seus quartos, e quando a gente fala de quarto não é só o cômodo, é também se trancar em si para não realizar esse sonho, por inúmeros fatores”, afirmou.

Ela explicou que o preconceito ainda é uma barreira, tanto para homens quanto para pessoas mais maduras. “O preconceito da sociedade quando a gente fala de dança pra corpos masculinos, principalmente, né? E o preconceito quando falamos de corpos considerados mais maduros. Mesmo em 2025 ainda encontramos esses dilemas”, disse.

Vanessa lembrou que o balé clássico, muitas vezes visto como uma arte apenas para meninas e crianças, nasceu com homens nas cortes italianas e só depois ganhou espaço entre as mulheres. “Eu sou um exemplo de que não é preciso começar pequenininha. Comecei com 10 anos, me apaixonei e segui estudando. Hoje tenho alunas de 35, 40 e 50 anos que chegam dizendo: ‘achei que o balé era só para criança’. E não é. Muitas vezes só conseguem realizar esse sonho depois de adultas”, contou.

Ela destacou que outras modalidades tornaram a dança mais acessível. “Na dança de modo geral, temos uma abertura maior, a dança de salão, a zumba, o fit dance, que alcançam melhor o público mais maduro”, explicou.

Vila Nova comentou que o fit dance parece ser mais voltado ao exercício físico do que à dança. Vanessa concordou, mas ressaltou que todas as modalidades trazem benefícios pessoais. “Às vezes a gente coloca as danças em caixinhas, técnicas, populares, de academia, mas todas elas trazem benefícios. E o balé, inclusive, pode ser feito também por atividade física”, afirmou. Segundo ela, o balé melhora a postura, a mobilidade e ajuda em processos de reabilitação. “Tem gente que procura o balé porque precisa mover o joelho, melhorar a postura. E engana-se quem pensa que é leve. O balé exige força, mas uma força construída passo a passo, respeitando os limites do corpo”, explicou.

Vanessa também ressaltou que a dança contribui para a saúde mental. “Recebo pessoas que estão em tratamento de depressão. A dança ajuda na autoestima, no convívio, na produção de endorfina. A saúde mental está ligada à corporal”, destacou.

Ela observou que, após a pandemia, aumentou o interesse de adultos pela dança. “Hoje corpos de 50 anos não são os mesmos de antes. As pessoas querem se mover mais, se cuidar mais. E eu defendo muito que a dança é para todos os corpos, para todas as idade, inclusive para os corpos masculinos. Os homens também podem e devem dançar”, disse.

Encerrando a entrevista, Vanessa falou sobre o espetáculo “Espelho, espelho meu”, que será apresentado no dia 14 de novembro, no Centro de Convenções de Ilhéus. “Pegando esse gancho de que a dança é para todos os corpos, vamos levar ao palco crianças a partir de dois anos e meio até mulheres de 60. Teremos também corpos masculinos dançando. Será um espetáculo para toda a família”, contou.

O evento, que tem o apoio da Ilhéus FM, terá duas sessões, às 17h30 e 19h30, e os ingressos estão sendo vendidos na Escola de Dança Camarim, localizada na Rua Visconde de Mauá, 74, no Centro de Ilhéus, e também pelo ingresso digital, através do Instagram @escoladedançacamarim.

Vanessa finalizou destacando a importância de fortalecer o movimento da dança na cidade. “Hoje já temos cerca de 11 escolas de dança em Ilhéus. Esses espetáculos não servem só para divulgar os espaços, mas para fortalecer a dança enquanto arte e cultura da nossa cidade”, concluiu.

Confira a entrevista completa: 

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