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“ARTE NÃO É BICO. OS FESTIVAIS PRECISAM COMEÇAR A VALORIZAR ESSAS PARTICIPAÇÕES PELA REMUNERAÇÃO”, DISSE PRODUTORA DO FESTIVAL LITERÁRIO ESTUDANTIL DO LITORAL SUL

“ARTE NÃO É BICO. OS FESTIVAIS PRECISAM COMEÇAR A VALORIZAR ESSAS PARTICIPAÇÕES PELA REMUNERAÇÃO”, DISSE PRODUTORA DO FESTIVAL LITERÁRIO ESTUDANTIL DO LITORAL SUL
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 27/06/2025 11h06

Fabiana Valéria critica práticas comuns em eventos culturais e defende pagamento a artistas, escritores e monitores do festival, que será realizado em Ilhéus nos dias 10 e 11 de julho

A produtora executiva Fabiana Valéria fez um firme posicionamento sobre a valorização profissional de artistas, escritores e trabalhadores da cultura durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, nesta sexta-feira (27). Ela afirmou que é preciso romper com a prática de convidar artistas locais sem oferecer remuneração. “Arte não é bico. Os festivais precisam começar a valorizar essas participações pela remuneração”, declarou.

 

Fabiana destacou que essa cultura de não pagar quem está produzindo arte nas próprias comunidades é comum e precisa mudar. “Os grandes festivais têm uma cultura de convidar as pessoas da casa oferecendo espaço, mas sem qualquer remuneração. E isso é exploração”, afirmou. Para ela, quem vive de arte e de produção cultural deve ter seus saberes reconhecidos também financeiramente. “O nosso conhecimento precisa ser remunerado. A gente é convidado para rodas de conversa como trabalho voluntário. Isso tem que parar de existir.”

 

Segundo a produtora, o Festival Literário Estudantil do Litoral Sul (FLIE) — que será realizado nos dias 10 e 11 de julho, no Colégio de Tempo Integral Professor Carlos Roberto Arléo Barbosa, em Ilhéus — foi planejado com esse compromisso. Todos os participantes confirmados, inclusive os monitores, que são estudantes do Arléo Barbosa, receberão pagamento pelo trabalho realizado. “É a remuneração possível, mas é uma prioridade nossa desde a construção do projeto”, garantiu.

 

O evento, que vai das 9h às 20h, deve reunir cerca de quatro mil pessoas e traz como tema “Africanidades: ler é ancestral. Tecnologia de resistência”. A proposta é destacar o protagonismo estudantil e promover um ambiente diverso e acessível. A programação inclui rodas de conversa, oficinas, contação de histórias, feira de livros, apresentações de dança e capoeira, batalha de rimas, exibição de filmes e muito mais.

 

Entre os nomes confirmados estão a escritora Eliana Alves Cruz, ganhadora do Prêmio Jabuti; o coreógrafo ilheense de renome internacional Zebrinha, que também exibirá um filme; a repórter Tarsilla Alvarindo, que abordará o protagonismo da mulher negra na mídia; e o artista Jef Rodrigues, de Ilhéus, atualmente em atividade no Rio de Janeiro.

 

Fabiana explicou que o festival foi construído com envolvimento direto dos estudantes, que participaram da escolha dos convidados e da definição das atividades, com base em seus próprios interesses e estudos. A escola será inteiramente ocupada pelo evento, que também contará com o “Fliezinho”, espaço voltado à literatura infantil.

 

O FLIE é o primeiro festival literário estudantil da região e busca reunir estudantes de municípios como Itacaré, Una, Canavieiras e São José da Vitória. Para Fabiana Valéria, é também uma oportunidade de afirmar que arte é trabalho — e deve ser respeitada como tal.

Confira a entrevista completa:

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