“EU CHOREI IGUAL CRIANÇA”, DISE PRESIDENTE DO CLUBE BARQUINHO SOBRE O TÍTULO NO CAMPEONATO BRASILEIRO DE PESCA EM TERRA FIRME
Com apenas 10 atletas, clube de Ilhéus alcança o título nacional e reforça a força da pesca esportiva na cidade
O programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, apresentado por Vila Nova, recebeu nesta segunda-feira (17) os integrantes do Clube Barquinho, para celebrar a conquista histórica do Campeonato Brasileiro de Pesca em Terra Firme, realizado nos dias 8 e 9 de novembro, em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco.
Com apenas 10 atletas pescadores, o Barquinho conquistou o título de clube campeão brasileiro 2025, coroando uma trajetória iniciada em 2015 e marcada por dificuldades, paixão e união entre os integrantes. O clube também comemorou o título de campeão brasileiro da categoria Masculina (Thiago Carvalho), campeão brasileiro da categoria Máster (Mirco Solé) e o vice-campeonato brasileiro da categoria Geral (Thiago Carvalho).

A entrevista começou com a fala emocionada de Jorge Bacil, que relembrou a origem da pesca de competição na cidade.
Bacil destacou que “todo o projeto de pesca que hoje existe, os campeões brasileiros, campeonatos baianos, tudo começou de uma pessoa que é o meu querido e saudoso Antônio Olímpio. Essa pessoa é quem realmente trouxe a pesca de competição para Ilhéus.”
Ele citou ainda outros pioneiros, que, segundo ele, “mantiveram essa festa por anos, eram poucos pescadores e mantiveram essa festa por anos.”
Bacil ressaltou também a força atual do Barquinho e a liderança de Jorginho da Bahia: “Esse Barquinho está crescendo muito, e toda a dedicação é desse rapazinho, Jorginho. Parabéns nessa luta que você vem de muitos anos, e com certeza vai vencer mais ainda.”
Ele aproveitou para pedir apoio do poder público: “Todo esporte precisa da participação do poder público. Então eu mando um recado ao secretário Vinícius Mendoza e ao prefeito Valderico: nós vamos bater na porta.”
Jorginho contou a história do Barquinho, que começou como um simples grupo de WhatsApp: “Em 2015 criamos um grupo entre amigos. Um amigo fez a logomarca com o barquinho, e ficou. Era grupo Barquinho e em 2020 saiu de grupo para clube.”
Ele relembrou a participação no Brasileiro de 2023, quando foram vice-campeões, e a vitória deste ano: “Fomos com apenas dez pescadores. Cinco tinham experiência e cinco não. E conseguimos o inesperado, porque nem a gente esperava isso.”
A emoção tomou conta quando o resultado saiu: “Eu virei uma criança, chorei igual criança. A gente nasceu em 2015, é muita luta. Chegar ao título brasileiro foi uma honra.”
Jorginho também destacou as dificuldades financeiras e logísticas: “O clube não tem fim lucrativo. Todo dinheirinho que entra é para pagar premiação, troféu, medalha. Este ano não tivemos condições de pagar ônibus. Tiago e Leandro bancaram as próprias despesas.”

Thiago Carvalho, campeão brasileiro da categoria Masculina, explicou a preparação e os desafios da competição: “A saída de Ilhéus é cara. Pra ir para Pernambuco, você tem que começar a organizar em janeiro. A logística de Ilhéus realmente incomoda, maltrata bastante.”
Ele relatou como treinou e escolheu o material certo: “Treinei na sexta-feira para ver a condição. No sábado consegui pegar dez peças. Aquela pescaria tinha meu perfil. Vesti a roupa e falei: ‘Aqui ninguém tira não’.”
Após liderar no sábado e manter boa pontuação no domingo, garantiu o título: “Consegui ficar em primeiro no geral no sábado e fiz uma boa prova no domingo. Somou a pontuação e deu o título.

Leandro Luz, que já representou o Brasil no Mundial da Tunísia em 2022, falou sobre a expectativa de nova convocação: “A possibilidade é grande. Como eu falo sempre no grupo, eu, Thiago, vamos ser convocados para a seleção para ir para o Mundial da Itália.”
Ele ressaltou a dificuldade financeira dos atletas: “Geralmente quem banca somos nós, do próprio bolso. É pesado.”
E elogiou a democracia do esporte: “A pescaria não tem discriminação de idade, de cor, de etnia. Qualquer pessoa pode pescar.”
Confira a entrevista completa:
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