“FALAR SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NÃO É MIMIMI, É URGÊNCIA”, DIZ ENILDA MENDONÇA SOBRE O "JULHO DAS PRETAS"
Audiência pública e programação cultural encerram o mês de homenagens às mulheres negras
A vereadora Enilda Mendonça destacou, durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, nesta quarta-feira (30), a importância da união de forças na luta por justiça e respeito às mulheres negras. “É uma guerra que não dá pra ganhar só com as mulheres. Nós precisamos envolver os homens nessa luta”, afirmou ao convidar a população para a Audiência Pública Julho das Pretas, que acontece nesta quinta-feira (31), às 14h, na Câmara de Vereadores de Ilhéus.
Realizada pela Frente Parlamentar das Mulheres — formada por Enilda Mendonça, Rúbia Carvalho e Kêko Pizza, com apoio de outros mandatos, secretarias e instituições, a audiência trará como tema central “Mulheres negras: lutas, resistência e conquistas”. O debate será conduzido pelas palestrantes Dra. Fabiana Peixoto e Dra. Thyara Gonçalves, com espaço aberto para a participação da sociedade.
Segundo a vereadora, o evento encerra as atividades do Julho das Pretas e marca a abertura simbólica do Agosto Lilás, mês de combate à violência contra a mulher. A programação segue na sexta-feira (1º), às 14h, com o evento Mulheres Negras em Movimento, na Praça do Teatro Municipal, que contará com apresentações culturais, feira de artesanato, serviços de saúde, estética e orientação jurídica.
“Essa é uma pauta que precisa estar acima de qualquer interesse político. Ilhéus ainda é uma cidade violenta para as mulheres”, pontuou Enilda. Ela lembrou que o movimento é construído de forma coletiva com a participação direta de órgãos como Defensoria Pública, OAB, UBM, SESAI, UNEGRO, além das secretarias municipais de Cultura, Educação e Políticas para as Mulheres.
Durante a entrevista, a parlamentar apresentou dados alarmantes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024. “No Brasil, 63,6% das mulheres assassinadas no último ano eram negras. Dessas, 64,3% morreram dentro de casa. A casa deixou de ser um lugar seguro para muitas mulheres”, destacou.
A vereadora também criticou a falta de efetivação das leis de proteção. “Não é por falta de legislação. É porque as leis não são cumpridas. E isso encoraja o agressor, porque ele entende que pode fazer e nada vai acontecer.”
Enilda defendeu ainda o envolvimento dos homens no combate à violência de gênero e na construção de uma cultura de respeito. Segundo ela, é necessário investir em políticas públicas que também acolham e tratem os homens agressores. “Se a gente não trata esse homem, ele vai continuar fazendo outras vítimas. Nós temos um projeto de lei que cria um centro de referência para acompanhamento do homem agressor, mas falta execução.”
Ao final da entrevista, Enilda convidou homens e mulheres a participarem da audiência pública e do evento cultural. “Essa luta é de todos nós. É pela vida das nossas filhas, mães, netas, amigas. É pela sobrevivência da nossa sociedade enquanto humana”, afirmou.
Serviço:
31 de julho (quinta-feira)
Câmara de Vereadores de Ilhéus – 14h
Audiência Pública: “Mulheres Negras – Lutas, Resistência e Conquistas”
1º de agosto (sexta-feira)
Praça do Teatro Municipal – 14h
Evento: “Mulheres Negras em Movimento”
Apresentações culturais, serviços de saúde e estética, feira de artesanato e atendimento jurídico gratuito.
A programação é gratuita e aberta ao público.
Confira a entrevista completa:
Deixe seu comentário para “FALAR SOBRE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NÃO É MIMIMI, É URGÊNCIA”, DIZ ENILDA MENDONÇA SOBRE O "JULHO DAS PRETAS"