Moradora de Sapucaeira relata riscos enfrentados por crianças em transporte escolar compartilhado com adultos

Uma moradora da zona rural de Ilhéus denunciou ao site O Tabuleiro uma situação preocupante envolvendo o transporte escolar na comunidade de Sapucaeira. De acordo com a mãe de um aluno, crianças estão sendo transportadas de maneira inadequada, dividindo espaço com adultos em um ônibus escolar superlotado.

“Hoje fomos surpreendidos com o transporte escolar sendo dividido com outras pessoas, o que pode colocar as crianças a várias situações de perigo”, relatou a denunciante. Ela ainda gravou um vídeo mostrando a superlotação, com pessoas em pé e crianças no colo, expressando indignação: “Olha como é que tá esse escolar, uma falta de respeito. Muitos em pé, todos misturados. Estão utilizando o mesmo ônibus, o escolar, pra levar todo mundo aí.”

A denúncia levanta questionamentos sobre o controle e fiscalização do uso dos veículos escolares e o uso indevido do dinheiro da educação, especialmente em um momento de transição no sistema de transporte público municipal.

A denúncia acontece poucos dias após a Prefeitura de Ilhéus anunciar que a empresa São Miguel deixará de operar no transporte público da cidade. Na última sexta-feira (11), o prefeito Valderico Júnior comunicou, por meio das redes sociais, que o contrato com a empresa não seria renovado. Segundo ele, a decisão foi tomada "em respeito à população de Ilhéus", afirmando que “quem não cumpre, não fica”.

No caso das zonas rurais, incluindo Sapucaeira, uma parceria emergencial foi firmada com a empresa DZSETE. O transporte está sendo oferecido de forma gratuita até o dia 30 deste mês, com acompanhamento da Superintendência de Transporte e Trânsito (SUTRAM). A medida visa suprir a demanda deixada pela São Miguel, enquanto não há definição oficial da nova empresa.

A situação denunciada por moradores, no entanto, mostra que a transição ainda enfrenta falhas, principalmente no que diz respeito à segurança e à destinação correta dos veículos. A superlotação e o uso simultâneo do transporte escolar para passageiros comuns levantam preocupações sobre possíveis irregularidades na aplicação de recursos públicos e sobre os riscos às crianças.