“NOSSA PREVISÃO É QUE NO MÁXIMO DIA 11 DE MARÇO, TODA A REDE ESTEJA RODANDO, ESTEJA FUNCIONANDO IGUAL”

Evani Cavalcanti explicou os desafios do início do ano letivo, a necessidade de sábados letivos e a situação estrutural das escolas municipais
O ano letivo da rede municipal de Ilhéus começou nesta segunda-feira (24), mas ainda enfrenta desafios estruturais e administrativos. Em entrevista ao programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, nesta quarta-feira (26), a secretária de Educação, Evani Cavalcanti, detalhou a situação das unidades escolares e a necessidade de um contrato emergencial para garantir a merenda dos alunos.
Segundo a secretária, das 56 escolas municipais, seis retornaram com aulas integrais, 28 de forma parcial e 20 ainda estão em processo de retomada. Entre essas, cinco passam por reformas. “Nossa previsão é que, no máximo, até o dia 11 de março, toda a rede esteja funcionando igualmente”, afirmou.
Outro fator que impactou o retorno foi a alta dependência de professores contratados. “Temos unidades que são 99% de contratados. Você não tem como começar o ano letivo sem ter o professor contratado”, explicou. Para garantir a transparência, a secretaria notificou o Conselho Municipal de Educação e o sindicato sobre quais escolas estavam em situação de espera.
Evani Cavalcanti também esclareceu a obrigatoriedade dos sábados letivos em 2025, tema que gerou questionamentos. “Esse calendário foi elaborado com a Comissão de Transição, o governo anterior, o sindicato e o Conselho Municipal de Educação. Já contava com nove sábados letivos e foi definido de forma coletiva”, destacou.
Ela acrescentou que, inicialmente, a proposta era iniciar as aulas em 6 de março, mas, após discussão em assembleia da categoria, foi decidido antecipar para 24 de fevereiro. “Seguimos o acordo e a palavra dada com a categoria. Poderíamos unilateralmente mudar a data? Poderíamos. Mas isso não seria moralmente aceito pelo prefeito, não seria correto e coerente”, justificou.
Um dos pontos mais sensíveis abordados na entrevista foi a questão da alimentação escolar. A secretária afirmou que a prefeitura precisou recorrer a um contrato emergencial para garantir a merenda dos alunos. “Eu li uma nota questionando por que fizemos um contrato emergencial se as aulas não voltaram integralmente. Mas e o aluno que chega dizendo que está com fome? O direito dele à alimentação escolar é suprimido porque a rede ainda não está 100% rodando?”, questionou.
Segundo Evani, o município enfrentava um impasse, pois a última licitação da merenda era de 2023 e não havia sido renovada para 2024. “O que tinha era um saldo de centavos de uma licitação antiga. Eu já não tinha mais condição de aditivar. E você faz o quê? Essas crianças já vivem em uma vulnerabilidade absurda. Escola é um lugar para sonhar, para melhorar a vida através do estudo. Com fome, não tem como.”
Ela reforçou que a medida emergencial foi necessária para garantir a alimentação dos alunos enquanto o processo licitatório definitivo é conduzido. “Estamos agilizando para que a licitação efetivamente aconteça. O contrato emergencial dura um período determinado, mas não vamos esperar ele acabar para começar a nova licitação.”
Apesar dos desafios, a secretária ressaltou o esforço da equipe para garantir o funcionamento das escolas. “Não estamos entregando as coisas como gostaríamos, mas estamos fazendo o possível. Ontem, saí da Secretaria de Educação à meia-noite e vinte e sete. Estamos fazendo tudo o que é possível dentro da legalidade e tudo o que é impossível a nível humano para que as coisas andem. Estamos falando de mais de 20 mil alunos, são sonhos, são vidas, são responsabilidades que estão nas nossas mãos”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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