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“O ATENDIMENTO DO MATERNO TAMBÉM GIRA EM TORNO DE QUESTÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA”, DIZ DR. BRUNO GUIMARÃES, DIRETOR DA FESF

“O ATENDIMENTO DO MATERNO TAMBÉM GIRA EM TORNO DE QUESTÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA”, DIZ DR. BRUNO GUIMARÃES, DIRETOR DA FESF
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 18/11/2025 12h42

Falta de acesso na atenção básica aumenta a demanda no Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio

Durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, nesta terça-feira (18), o comunicador Vila Nova recebeu o diretor-geral da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF), Dr. Bruno Guimarães, e o superintendente da Atenção Integral da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), Dr. Karlos Figueredo, para discutir a crescente demanda no Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, provocada, segundo os entrevistados, pela falta de acesso adequado à atenção primária nos municípios da região.

Abrindo a entrevista, Dr. Bruno destacou a relevância do hospital para Ilhéus e para toda a rede materno-infantil da Bahia: “O Hospital Materno Infantil Doutor Joaquim Sampaio [...] é uma unidade importante para a região. [...] Ao longo desses anos, desde a sua implantação, vem produzindo efeitos bastante importantes para o cuidado das mulheres gestantes aqui na região. [...] A gente tinha um vazio essencial histórico nessa linha de cuidado.”

Ele reforçou que o hospital atende majoritariamente os municípios das regiões de saúde de Ilhéus e Valença, dentro da lógica de regionalização do SUS.

Sobre o fato de o hospital receber pacientes de outros municípios e até de outros estados, Dr. Bruno explicou: “O SUS é um sistema único, integral, de porta aberta. [...] A unidade também pode atender outros pacientes de outras regiões.”

O comunicador e apresentador do programa, Vila Nova, questionou se essa busca crescente não estaria sobrecarregando o Materno Infantil: “O serviço é muito bom, isso se espalha, e a procura aumenta, a demanda aumenta. [...] A equipe não cansou?” Dr. Bruno respondeu que, desde a criação do hospital, a estrutura e o quadro de profissionais são planejados conforme a capacidade instalada: “A gente menciona a equipe necessária para o hospital conseguir dar resultados efetivos. [...] Se a gente aumenta o fluxo de usuários, a gente também precisa pensar no redimensionamento dessa equipe.”

“O ATENDIMENTO DO MATERNO TAMBÉM GIRA EM TORNO DE QUESTÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA”, DIZ DR. BRUNO GUIMARÃES, DIRETOR DA FESF

Segundo ele, o governo tem investido na criação de novas unidades no Estado, o que reforça a rede e ajuda a evitar sobrecarga: “O Estado investiu na abertura de mais de 20 unidades hospitalares. [...] Isso desafoga e é um avanço fundamental.”

Um dos pontos mais contundentes da entrevista foi a avaliação de Bruno sobre o perfil dos atendimentos: “O atendimento do materno também gira em torno de questões que poderiam ser tratadas na atenção primária, na atenção básica. [...] Isso faz com que os dados da unidade estejam muito superiores ao que ela é capaz de produzir.”

Ele destacou que muitos pacientes classificados como azul e verde — baixa complexidade — chegam ao hospital buscando segurança: “A gente percebe um quantitativo elevado de usuários com esse perfil sendo atendido no hospital.”

Para o diretor, isso revela a necessidade de maior estruturação municipal: “Os gestores municipais precisam ampliar o investimento na atenção primária.”

Dr. Karlos Figueredo reforçou a preocupação com a porta de entrada das unidades estaduais na região sul: “Os números que encontramos na porta de entrada estão cada vez mais em ascensão daqueles pacientes que chamamos de azuis e verdes. [...] Me preocupou ainda mais.”

Segundo ele, mesmo municípios do entorno, como Una, acabam enviando pacientes por falta de resolutividade local: “A maior porcentagem de atendimento nesses hospitais são de munícipes mesmo aqui de Ilhéus. [...] Mas o que nos preocupa é que aumentou muito a procura de pacientes com perfil que não precisava se deslocar até o hospital.”

Karlos detalhou os números:“Eu estou falando de mais de 70% de pacientes verdes. 8% ou 9% de pacientes azul.

São pacientes de baixíssima complexidade.”

Ele alertou para os impactos: “Além de sobrecarregar, gera desgaste para o paciente, que fica muito tempo aguardando, e se perde a continuidade da linha de cuidado que deveria iniciar lá atrás.

Questionado se a população busca o hospital por falta de informação ou por ausência de atendimento básico, Dr. Karlos foi categórico: “Em sua grande maioria, os pacientes estão indo para o hospital pela dificuldade de acesso. [...] Não encontram outra porta. [...] Ou até foram atendidos, mas não foi resolutivo.”

Ele também reconheceu aspectos culturais: “Infelizmente, a gente tem uma cultura hospitalocêntrica. [...] As pessoas enxergam o hospital como a solução.”

Karlos ainda destacou a orientação do governo estadual: “Todos os pacientes que procuram qualquer unidade de saúde do Estado serão acolhidos, atendidos e devidamente orientados. Nós não recusamos atendimento a nenhum paciente.”

Ao longo de dois dias de visitas ao Materno Infantil, Dr. Bruno e Dr. Karlos avaliaram fluxos, resultados e dificuldades da unidade. Bruno ressaltou: “A gente tem feito discussões com as equipes para aperfeiçoar os processos. [...] Essa maternidade já é uma referência local e pode ser referência estadual e, quem sabe, nacional.”

Karlos complementou que é necessário fortalecer a relação entre Sesab e municípios: “Acredito que Ilhéus precisa estreitar ainda mais essa relação.”

Confira a entrevista completa: 

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