Profissional falou ao programa O Tabuleiro sobre iniciativa que apoia mulheres em tratamento contra o câncer e destacou a importância dos hábitos saudáveis

A nutricionista Necy Rocha foi entrevistada nesta sexta-feira (17) no programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, apresentado por Vila Nova, e falou sobre o projeto Autoestima Sim, iniciativa voltada a pessoas em tratamento contra o câncer, especialmente mulheres.

Durante a conversa, Necy explicou como nasceu o projeto: “O projeto surgiu quando eu vi mulheres em tratamento do câncer muito para baixo, com o astral lá embaixo. Aí eu pensei: a gente pode melhorar, porque quando a nossa autoestima está elevada, vai melhorando também até a nossa saúde. Quando a gente está para baixo, vai ficando pior”, disse.

A nutricionista contou que a ideia começou dentro do hospital, ao perceber de perto a rotina das pacientes: “Foi no hospital, quando essas mulheres estavam em tratamento. Eu vi aquilo e pensei: precisamos fazer alguma coisa. Então foquei mais nas mulheres, porque eram elas que estavam lá, mas também tem homens que fazem parte do projeto.”

Ao ser questionada por Vila Nova se “somos o que comemos”, Necy respondeu de forma direta: “Não tenha dúvida disso.” Ela alertou sobre os alimentos que devem ser evitados por quem busca uma vida mais saudável. “A gente pede sempre que evitem embutidos, enlatados e escolham o lado saudável. Porque comida saudável nunca cai de moda. Isso é importante, porque é bom para a saúde. Claro que a gente não vai dizer pra nunca comer um cachorro-quente, mas tem que ser esporadicamente, não criar rotina.”

Com bom humor, Necy reforçou que não é radical com seus pacientes: “Eu não tiro pizza do meu paciente. Digo pra comer um pedaço, não dois, três. A pizza não engorda, o que engorda é o recheio. Uma pizza de atum ou de frango, por exemplo, não vai fazer mal. O problema é o que você coloca nela.”

A nutricionista também comentou sobre a falta de engajamento social nas campanhas de prevenção ao câncer: “As pessoas não abraçam a causa. Fizemos uma passeata, divulgamos, e tinha poucas pessoas na rua com a gente. Só aparece gente em outubro, com blusa rosa, em campanha, depois acaba. Mas não é só em outubro. A gente tem que falar sobre isso o ano todo.”

Para ela, é essencial que profissionais de saúde levem informações e falem sobre prevenção de forma constante:

“É importante que profissionais estejam ali, falando sobre prevenção. Porque prevenção não se fala muito.”

Ao abordar os hábitos que ajudam na prevenção do câncer, Necy destacou a prática regular de exercícios físicos: “Uma atividade física, sair do sedentarismo totalmente. Gosto de fazer musculação. Quando a gente faz um treino, é liberado o anti-inflamatório natural do corpo. Isso faz diferença na saúde. E é Independentemente da idade.”

Ela ainda relatou situações em que pessoas deixam de frequentar academias por vergonha do corpo, e defendeu mais empatia e acolhimento nesses espaços: “Tem gente que vai pra academia por bem-estar, por saúde, não pra ser fisiculturista. Então é preciso ter cuidado com o que se fala. Às vezes uma palavra pode desmotivar alguém que está lutando contra o câncer ou a depressão.”

Sobre alimentos que ajudam na prevenção, Necy destacou alguns exemplos:.“O brócolis é favorável, o feijão também entra porque tem fibras, o tomate é bom, e as frutas vermelhas ajudam no combate ao câncer de mama. A Organização Mundial da Saúde recomenda de três a quatro porções de frutas por dia. Até o que é saudável, se for em excesso, faz mal.”

Ao final, a nutricionista destacou que o projeto Autoestima Sim é voltado para pessoas em tratamento e nasceu a partir da convivência com pacientes da Casa de Apoio aos Portadores de Câncer. “Surgiu com as pessoas da Casa de Apoio, pacientes que estavam lá no hospital. O projeto é para acolher essas pessoas. Quem quiser pode entrar em contato com a gente.”

Necy contou ainda que o projeto realiza desfiles com mulheres em tratamento, para resgatar a autoestima e celebrar a vida: “Já fizemos desfiles no teatro, na Sapetinga, com mulheres em tratamento. Agora, no dia 31 de outubro, vamos fazer de novo, na porta do teatro, pra atrair mais gente. Esse projeto só acontece porque temos parceria com a Casa de Apoio. Sozinha é difícil. Hoje nós somos um grupo, e seguimos firmes com essa causa.”

Confira a entrevista completa: 

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