Cláudio Cardoso expõe dificuldades na fiscalização do transporte clandestino em Ilhéus

Durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, nesta terça-feira, 3 de junho, o superintendente de Transporte, Trânsito e Mobilidade (SUTRAM), Cláudio Cardoso, falou abertamente sobre o desafio da fiscalização do transporte clandestinos, e revelou que o município estuda uma regulamentação do serviço.

Ao ser questionado pelo comunicador Vila Nova se a SUTRAM está autorizada a fiscalizar o transporte alternativo, Cláudio respondeu: “Vamos fiscalizar o alternativo. A SUTRAM, o papel da SUTRAM é fiscalizar.”

Ele reconheceu que, por conta das condições precárias do transporte público até então, houve uma espécie de tolerância forçada. “A gente teve um certo limite que foi posto até pela condição do transporte público”, afirmou. No entanto, com a reorganização do sistema em andamento, o cenário deve mudar. “A partir de então, transporte público funcionando redondo, a gente vai precisar. […] Existe um diálogo aberto entre o prefeito e os representantes do transporte alternativo, que se organizam em uma cooperativa.”

Segundo Cláudio Cardoso, a proposta é tirar da clandestinidade aqueles que se recusarem a se regularizar. “Existe um estudo para se fazer um projeto copiando o modelo que existe em Porto Seguro, adequando uma lei que existiu aqui, mas que nunca foi colocada em prática. Posto isso, a gente vai chamar as cooperativas, colocar as condicionantes e chamar as pessoas para a regularidade.”

A jornalista Aline Cardoso questionou como será feita a fiscalização se não há regulamentação e todos estão tecnicamente clandestinos. O superintendente reconheceu a dificuldade: “Hoje não existe regulamentação, então está fazendo transporte sem autorização, é clandestino. […] Mas existe uma dificuldade, Aline. Quando você aborda, a pessoa que está no carro diz que é parente: é o tio, é o irmão, é o primo. Aí o agente de trânsito vai fazer o quê?”

Ele relatou que muitos veículos utilizados são legalizados, com motoristas habilitados e documentação em dia. “É difícil você fiscalizar isso. Geralmente o cara tem um aplicativo também, ou diz que está dando uma carona para um vizinho.”

Vila Nova reforçou a necessidade de investigação para além da abordagem imediata, ironizando as desculpas comumente usadas. “O agente sabe que não é [parente], mas se a pessoa diz que é mãe, fala: ‘é meu filho aqui, quem deu o leite fui eu’. Pronto, não vai ficar discutindo ali. Mas numa investigação, o cara só tem uma mãe, não tem duas.”

Cláudio concluiu que o objetivo da SUTRAM é ordenar o serviço com cuidado e respeito, mas com firmeza: “O transporte alternativo é uma realidade. A cidade já absorveu isso. O que o município precisa fazer é regulamentar, fiscalizar e tirar da clandestinidade aqueles que não quiserem entrar dentro da lei.”

Confira a entrevista completa: 

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