Imagens de câmeras de segurança reforçam linhas de investigação sobre o triplo homicídio em Ilhéus

Durante sessão na Câmara de Vereadores de Ilhéus, nesta terça-feira, 26 de agosto, o coronel Ferreira Lopes, comandante do Comando de Policiamento Regional Sul (CPR-Sul), detalhou informações sobre as investigações do triplo homicídio que vitimou Maria Helena do Nascimento Bastos, Mariana Bastos da Silva e Alexsandra Oliveira Suzart, no último dia 15 de agosto.

O crime, que chocou a cidade, já teve um homem preso. Thierry Lima da Silva confessou ter cometido os assassinatos, mas a Polícia Civil ainda apura se outras pessoas participaram do caso.

Ao comentar sobre as diligências, o coronel Ferreira Lopes ressaltou a análise das câmeras de segurança próximas ao local: "Nós estamos com um suspeito que foi preso pela polícia militar, que tem um rosário de punições na sua carreira, ele, inclusive, é suspeito de ter matado o companheiro dele. Então ele teve um treinamento de jiu-jitsu, quando era mais novo... e ele reúne todas as características de ter sido um dos que participou. Nós estamos tentando colocar ele na cena do crime, porque tem uma câmera que pega um cidadão que parece com ele saindo por trás do Opaba. E nós temos duas outras câmeras que pegam três pessoas se lavando na praia, logo depois do triplo homicídio.”

As imagens levantam suspeitas para uma das linhas de investigação sobre a participação de mais de uma pessoa no crime. Segundo o coronel, apesar da confissão do suspeito, ainda é necessário “apurar para saber o que é verdade e o que é mentira”, já que os indícios apontam para a possibilidade de outras pessoas envolvidas.

Durante sua fala na Câmara, o coronel Ferreira Lopes também destacou as dificuldades enfrentadas pela polícia para reconstituir o crime em razão das características do local.“...As câmeras são ruins, e o local onde efetivamente aconteceu, realmente é um ponto cego, nenhuma câmara pega. Ali atrás da AABB. Então, nós pegamos [as imagens] antes, durante e depois do triplo homicídio. Como estava tendo evento na AABB o dia todo, ninguém ouviu nada. Tinha uma residência ao lado ali que estava tendo uma festa e também ninguém ouviu nada.”

O comandante também levantou a possibilidade de que as vítimas conhecessem o agressor.“...Uma das linhas é que aquelas mulheres talvez conhecessem o agressor. Como ele se apresentou sozinho e pelas características do homicídio, talvez tenha sido ele. Talvez tenha sido ele, não sozinho, mas talvez tenha sido ele.”

Ao descrever o perfil do suspeito, o coronel afirmou que seu histórico e comportamento levantam fortes indícios de participação no crime:“...Ele estava em um surto psicótico, ele é homoafetivo, ele tem uma motivação contra as mulheres, porque isso a gente não sabe. Então, quando a gente conversa com ele, ele tem ojeriza ao ente feminino.”

Por fim, o coronel ressaltou que as investigações ainda buscam diferenciar o que é verdade e o que é contradição nos relatos do suspeito.“...Foi sozinho? Nós não sabemos ainda. Porque ele tem surtos. tem ele que se concentra, tem hora que ele dá o pico. Então, a gente está apurando para saber o que é verdade, o que é mentira".