Roda de conversa Papo de Homem aconteceu nesta quarta-feira (19), às 9h, na Câmara de Ilhéus, pela Frente Parlamentar das Mulheres

A APPI/APLB esteve representada pelo seu presidente, Osman Nogueira, e o Diretor de Comunicação, Jorge Guerriéri, na roda de conversa Papo de Homem, realizada hoje (19), às 9h, na Câmara de Ilhéus, pela Frente Parlamentar das Mulheres, presidida pela vereadora Professora Enilda Mendonça. Como parte da programação do Agosto Lilás, o tema do evento foi: Unidos pelo fim da violência contra mulheres.

Logo na abertura do evento, foi feito um minuto de silêncio em homenagem às três mulheres – duas delas, professoras da rede municipal, Alexsandra Suzart e Maria Helena Bastos, e a filha de Maria Helena, Mariana Silva – brutalmente assassinadas no litoral sul de Ilhéus, no feriado da última sexta (15), crime que abalou a sociedade local e ainda não solucionado.

Entre os homens presentes ao evento, representantes de diversos segmentos da sociedade ilheense, o professor Osman Nogueira, presidente da APPI, subiu ao púlpito para expressar a dor que recaiu sobre toda uma categoria, abalada com a morte das educadoras. “É um momento triste, para nossa categoria, duas professoras que participavam ativamente das nossas assembleias, na sede do sindicato. Precisamos procurar os culpados, a sociedade precisa se mobilizar para pedir celeridade nas investigações”. O presidente destacou ainda que a categoria é formada por mais de 85 por cento de mulheres e que, por este motivo, o sindicato tem um direcionamento claro e um compromisso em combater todo o tipo de violência contra as mulheres.

A convidada para a palestra foi a advogada Michele Laila, integrante da Comissão da Mulher da OAB, especialista em Direito da Família. Ela afirmou que a violência contra as mulheres está presente no dia a dia, de diversas formas, em todas as classes sociais, dos pequenos gestos, da violência psicológica, patrimonial, até o espancamento e morte, destruindo vidas e famílias.

Dados da violência

Segunda a especialista, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela que em 2024, 1492 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil. São 4 mulheres mortas por dia. Em 97 por cento dos casos, os agressores são homens com autoria identificada: maridos, ex-companheiros, namorados. Em recorte racial, identifica-se que 70 por cento dessas mulheres são negras. Os dados são alarmantes, mas ainda seguem subnotificados, já que as estatísticas não acompanham a realidade.

Em função deste quadro, a especialista convocou a todos os presentes, e procurando reverberar a mensagem para além do ambiente do evento, afirmou que esta é uma luta que não é só das mulheres, mas de toda a sociedade, inclusive dos homens. Todos podem ser agentes de combate e mudança.