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BK BANK E DONO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS SÃO ALVOS DE OPERAÇÃO CONTRA O PCC

BK BANK E DONO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS SÃO ALVOS DE OPERAÇÃO CONTRA O PCC
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 25/09/2025 10h15

A Operação Spare busca suspeitos de envolvimento com venda de combustível adulterado e exploração de jogos de azar

Um empresário de uma rede de postos de combustíveis e o BK Bank são alvos de uma operação que cumpre 25 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de esquema que envolve lavagem de dinheiro para o PCC no estado de São Paulo. A Operação Spare busca suspeitos de envolvimento com venda de combustível adulterado e exploração de jogos de azar. Os mandados são cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de São Paulo, com o apoio da Polícia Militar e da Receita Federal.

Os mandados são para em endereços ligados a Flávio Silvério Siqueira, empresário do ramo de combustíveis, e ao BK Bank. A fintech já foi alvo de outra operação, ocorrida em 28 de agosto. Além da cidade de São Paulo, mandados também são cumpridos nas cidades de Santo André, Campos do Jordão, Osasco, Barueri, Ribeirão Preto, Paulínia, Campinas e Bertioga. Na capital, os bairros de Pinheiros, Vila Mariana, Vila Olímpia e Cerqueira César são alguns dos que têm mandados cumpridos. Há buscas na avenida Paulista e rua Augusta.

Flávio Siqueira, conhecido como Flavinho, seria o chefe do esquema, segundo as investigações. Ele é suspeito de lavar dinheiro do crime da facção criminosa por meio de postos de combustíveis em um movimento classificado pelo MP-SP como uma "complexa rede de pessoas físicas e jurídicas".

O crime foi descoberto após maquininhas de cartão ligadas a um posto serem encontradas em casas de jogos de azar no litoral paulista. Na ocasião, os donos do estabelecimento afirmaram que desconheciam a conta que recebia os valores. Ao menos R$ 859.151 foram recebidos por um dos postos investigados, segundo a investigação do Gaeco. O valor, de transações de cartão na maquininha, era diretamente transferido para a BK Bank.

Os investigadores descobriram que o mesmo número de abertura de conta da BK Bank constava no cadastro dos postos de gasolina investigados. O dado foi conseguido após quebra de sigilo e com ajuda do banco onde os postos estavam cadastrados.

A fintech usada para lavar o dinheiro é a mesma que foi usada pelos suspeitos presos na megaoperação Carbono Oculto. Assim, a operação de hoje é um desdobramento da deflagrada em 28 de agosto. As investigações apontam sonegações de até R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais.

Além de lavar dinheiro nos jogos de azar, redes de motéis também seriam usadas para ocultar a origem do dinheiro ilícito. Ao menos onze estabelecimentos da rede hoteleira foram identificados pelo MP-SP como envolvidos no esquema.

O UOL busca a defesa do BK Bank e de Flávio. Em agosto, quando a fintech foi alvo da Carbono Oculto, o advogado da BK Bank afirmou que a instituição é "devidamente autorizada, regulada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil, conduzindo as suas atividades com total transparência".

Os mandados cumpridos hoje já tinham sido negados pela Justiça anteriormente. A princípio, a Comarca de Santos entendeu que o vínculo de Flávio com os jogos de azar era frágil. O Ministério Público recorreu, porém, informando que o foco da investigação era a lavagem de dinheiro constatada na ocasião e o pedido foi acatado.

Relembre a megaoperação Carbono Oculto

Megaoperação Carbono Oculto foi a junção de três operações. Buscas aconteceram em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

Os mais de 350 alvos da operação - pessoas físicas e jurídicas - são suspeitos da prática de crimes contra a ordem econômica e adulteração de combustíveis. Há ainda suspeitas de crimes ambientais, lavagem de dinheiro, fraude fiscal e estelionato. As irregularidades foram identificadas em diversas etapas do processo de produção e distribuição de combustíveis.

Esquema utilizava fundos de investimentos para ocultar patrimônios de origem ilícita e tem indícios de ligação com o PCC. Segundo a PF, eram feitas transações de compra e venda de imóveis e títulos entre empresas do mesmo grupo.

Receita identificou 40 fundos de investimentos, com patrimônio de R$ 30 bilhões, controlados pelo PCC. As operações aconteciam no mercado financeiro de São Paulo, através de membros infiltrados na avenida Faria Lima.

Segundo a PF, fintechs são usadas para aproveitar brechas na regulação. Dependendo do valor movimentado, as quantias não são rastreadas pelos órgãos de controle e de fiscalização, sobretudo valores individuais de clientes da fintech.

Foram emitidos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão.

 

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