CÂMARA MUNICIPAL DE ILHÉUS DECIDE RESCINDIR CONTRATO COM BK BANK, RESPONSÁVEL PELO CARTÃO DE VALE-ALIMENTAÇÃO

O anúncio foi realizado pelo Vereador César Porto, Presidente do Legislativo em sessão ordinária desta quarta-feira (03)
A Câmara Municipal de Ilhéus decidiu rescindir o contrato com o BK Bank, empresa responsável pelo cartão de vale-alimentação dos Servidores do Legislativo. O anúncio foi realizado pelo Vereador César Porto, Presidente do Legislativo em sessão ordinária desta quarta-feira (03).
Segundo Porto, a casa legislativa de forma unilateral não vai arriscar, vez que a empresa está sendo investigada em âmbito nacional com envolvimento em facções criminosas.
Porto disse ainda que logo que tiver uma nova empresa, vai ser creditado integralmente todos os valores aos servidores. Também foi citado em pagar em contracheque, mas este fato está sendo estudado pelo setor competente, por conta do Índice de pessoal, disse César.
Nesta terça-feira (02), a prefeitura de Ilhéus emitiu uma nota oficial após relatos de que estabelecimentos comerciais credenciados estariam recusando pagamentos feitos com o cartão BK Bank, empresa responsável pela administração do vale-alimentação dos servidores municipais.
Segundo o comunicado, a administração municipal mantém os repasses em dia. O BK Bank, por sua vez, informou que foi “surpreendido por decisão judicial que determinou o bloqueio temporário dos valores de repasse aos comerciantes”.
Fintech BK Bank seria ‘braço financeiro’ do esquema
A BK Instituição de Pagamento S.A., também conhecida como BK Bank, é citada como uma peça central na engrenagem financeira do grupo criminoso. Segundo as investigações, a fintech atuava como o braço financeiro de captação de recursos e aquisição de empresas, viabilizando a movimentação de valores e a ocultação de sua origem ilícita.
O método principal, de acordo com as apurações, era o uso de “contas bolsão” , em que valores de diferentes clientes eram reunidos em uma única conta. Esse mecanismo permitia compensações internas e dificultava o rastreamento dos recursos, criando obstáculos ao sistema antilavagem.
O volume de transações consideradas atípicas na instituição é expressivo, somando cerca de R$ 17,7 bilhões em créditos e um valor idêntico em débitos com empresas ligadas ao PCC. Parte significativa desse fluxo passou pela filial de Ribeirão Preto, que tinha ligação direta com as atividades do grupo nas usinas sucroalcooleiras e distribuidoras de combustíveis.
Em outro eixo, a BK serviu de canal para uma rede de postos que movimentou mais de R$ 54 bilhões, mas declarou ao fisco apenas 0,17% em tributos, índice considerado incompatível para empresas tributadas pelo lucro real.
Segundo aponta a investigação, a Usina Itajobi, por exemplo, utilizou a fintech para transferir R$ 100 milhões ao fundo Radford, administrado pelo Banco Genial. Já o Fundo de Investimento Mabruk II usou a BK para ocultar a origem de aproximadamente R$ 250 milhões na aquisição de usinas.
As conexões financeiras encontradas pelos investigadores se estendiam ainda a pessoas próximas a Mohamad Hussein Mourad. Seu primo Himad Abdallah Mourad recebeu mais de R$ 20,8 milhões pela BK em 2023. A Insight Participações S.A., empresa dele, também aparece como beneficiária em comunicações internas, com registros de R$ 18,5 bilhões em créditos e débitos.
A relação da BK com a Bankrow Instituição de Pagamento S.A. também foi destacada na investigação. Ambas compartilham origem societária, sede em Campinas e até procurações cruzadas em contas bancárias.
Com informações do Ilhéus Net
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