Atleta da Gracie Humaitá de Ilhéus, Douglas Rodrigues Moura se destaca em competição nacional e enfrenta rivais de até 29 anos, incluindo estrangeiros da Rússia e França

Com apenas 17 anos e uma rotina marcada por disciplina extrema, o jovem ilheense Douglas Rodrigues Moura já escreve seu nome na história do Jiu-Jitsu nacional. Vice-campeão brasileiro em 2025, Douglas foi o melhor atleta brasileiro em sua categoria na competição promovida pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ), realizada em São Paulo, que reuniu lutadores de todo o país e de outras nações como Rússia, França e Portugal.

“Tenho apenas 17 anos e já sou vice-campeão brasileiro. Essa minha trajetória é marcada por muitos desafios, muito treinamento árduo”, afirmou Douglas durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, nesta terça-feira (6), com o comunicador Vila Nova.

Aluno do Colégio da Polícia Militar, em Ilhéus, Douglas acorda todos os dias às 4h30 da manhã para conciliar os estudos com musculação e treinos intensos de Jiu-Jitsu. “Treino todos os dias. Faço Jiu-Jitsu duas vezes por dia e ainda musculação. É muita técnica, mas também precisa de forca”, destacou o atleta, que também tem no boxe uma paixão antiga, herdada do pai, o ex-campeão Cacau.

A conquista nacional foi ainda mais surpreendente pelo pouco tempo de estrada: Douglas começou a praticar Jiu-Jitsu aos 14 anos, mas se dedicou de fato à modalidade apenas aos 16. Com apenas quatro meses de federação, encarou sua primeira grande competição na categoria adulto, que abrange atletas de 17 a 29 anos. “O atleta mais novo depois de mim tinha 25 anos”, contou. “Fiquei preocupado, achei que estava entrando numa enrascada, mas acreditei nos meus professores e consegui mostrar meu valor.”

Mesmo sem a presença do treinador, Douglas encarou a viagem para São Paulo com o apoio da família, que organizou toda a logística e o ajudou a arrecadar recursos com rifas e doações. “Meus pais disseram: ‘Douglas, agora é com você’. E eu sabia que tinha que honrar a confiança deles.”

A luta que garantiu a medalha de prata foi contra um atleta francês. Antes disso, Douglas já havia vencido lutadores da Rússia e de outros estados do Brasil. “Tive medo, mas não deixei o medo me dominar. Lutei com um russo muito mais forte que eu, mas consegui impor meu jogo e vencer”, relembra. “Mesmo perdendo em alguns momentos, tive coragem de permanecer na luta. Isso também é disciplina.”

Douglas já havia conquistado, aos 16 anos, o título de campeão baiano de Jiu-Jitsu em Ilhéus. Agora, ele mira voos ainda maiores. “Confio muito no povo ilheense, sei que posso trazer ainda mais títulos para a cidade. Ainda estou novo, tenho muito o que trabalhar, mas estou determinado.”

Confira a entrevista completa:

" target="_blank">