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CRISE DO DENDÊ: GRUPO PROPÕE AÇÕES EMERGENCIAIS PARA CADEIA PRODUTIVA DO FRUTO

CRISE DO DENDÊ: GRUPO PROPÕE AÇÕES EMERGENCIAIS PARA CADEIA PRODUTIVA DO FRUTO
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 08/09/2020 14h12

Rede Indicação Geográfica para o Azeite da Costa do Dendê vai se reunir na quinta com o Governo do Estado

O desespero dos baianos ao saber da crise do dendê no estado atesta a importância do fruto para a Bahia. Para amenizar a situação e evitar novos períodos de escassez, a Rede Indicação Geográfica para o Azeite da Costa do Dendê, coordenada pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (Igeo/Ufba) e o Instituto Federal Baiano (Ifbaiano) de Valença, elencou uma série de ações emergenciais integradas de desenvolvimento da cadeia produtiva do dendê na Costa do Dendê.

O relatório traz soluções que englobam diversas áreas e entes públicos. Ao todo são nove eixos prioritários, cada um com ações específicas. São eles: educação e formação profissional; saúde; meio ambiente; turismo; cultura; setor produtivo do dendê; inovação em produtos a partir do dendê; comercialização; eventos e marketing do território/IG. Uma reunião entre a rede e o governo do estado foi marcada para a próxima quinta-feira (10).

"O Governo do Estado, por meio das secretarias de Desenvolvimento Econômico; Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura; e Desenvolvimento Rural, está unindo forças para desenvolver este importante segmento. Recebemos o estudo que a Rede Indicação Geográfica para o Azeite da Costa do Dendê produziu e a ideia é debater as questões técnicas para organizar e impulsionar o setor, seja por meio de um arranjo produtivo local, seja por meio de agroindústrias. Participarão deste encontro também o secretário da Agricultura, Lucas Costa, e do Desenvolvimento Rural, Josias Gomes", explicou o vice-governador João Leão, gestor da pasta de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia.

Integrante da rede, o professor de geografia econômica e planejamento territorial do Igeo/Ufba, Alcides Caldas, afirma que o plano deve ser entregue às pastas competentes, que irão analisar as propostas de remediação da crise. “Montamos este plano devido à crise do dendê. A ideia é envolver o máximo de agentes para contribuir para o desenvolvimento desta cultura secular do dendê”, indicou.

A cadeia produtiva do dendê sofre com a falta de investimentos, o que dificulta a realização do manejo adequado dos dendezeiros e a manutenção da atividade nas regiões - parte dos produtores optam por deixar o dendê de lado para iniciarem um novo cultivo que gera mais lucros, além disso parte dos jovens também não desejam continuar com a atividade familiar pela falta de retorno econômico.

Modernização
Os produtores esperam que ações focadas no dendê da Bahia sejam capazes de mudar esse cenário. Dentre as indicações, está o incentivo a reforma das estruturas produtivas dos rodões e do azeite de pilão.

“Tem dendê que precisar ter seu sistema de produção modernizado e a tecnologia pode estar a serviço disso. Por exemplo, existe na cultura do dendê problemas em relação ao trabalho e podemos criar um mecanismo para melhorar a atuação do trabalhador”, indicou Caldas.

Turismo
O dendê também pode atrair turistas para a Bahia, aponta o relatório da rede, que incentiva a criação do projeto de Turismo Estradas do Dendê, entre Nazaré e Itacaré. Segundo Caldas, a atividade tem potencial para ser mais uma fonte de renda para os produtores do fruto. 

O grupo ainda indica a implementação do Museu Sensorial da Costa do Dendê, Museu de História e Cultura do Dendê e Museu de embarcações artesanais “Mestre Valtinho”, além do apoio a instituições e manifestações culturais já existentes na área. 

"O turismo é uma forma de agregar valor ao cultivo. O desenvolvimento do dendê também está vinculado a essa cultura que existe mais de 300 anos e que se expande até a vinculação a imagem simbólica das baianas de acarajé. Sem o azeite, não existe o acarajé", afirmou o professor.

Em meio à crise, ações que buscam incentivar a produção do dendê são uma esperança para o presidente da cooperativa Coomtrata, que acredita que a falta de apoio é um dos motivos para a escassez vivida atualmente. 

“Nunca existiu uma política com direcionamento para a cultura do dendê para alimentação. Em 2006, foi criado o programa Pai Dendê, uma ação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em conjunto com a Petrobras, para recuperar e promover a cultura com foco na produção de biodiesel. Entretanto, o projeto não foi adiante”, contou o presidente da cooperativa.

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