A decisão trouxe à tona um problema recorrente na política brasileira: a irresponsabilidade na composição de chapas eleitorais.

Durante o programa O Tabuleiro , da rádio Ilhéus FM, na manhã desta quinta-feira (13), o comunicador Vila Nova comentou sobre a recente decisão do juiz Gustavo Lira, da 25ª Zona Eleitoral de Ilhéus, que resultou na perda de mandato de três vereadores. A decisão trouxe à tona um problema recorrente na política brasileira: a irresponsabilidade na composição de chapas eleitorais.

“Mas, afinal, de quem é a culpa?”, questionou o comunicador.

O comunicador comentou ainda sobre a responsabilidade pela perda dos mandatos: “Os vereadores que perderam o mandato não tiveram culpa absolutamente nenhuma. Eles se preocuparam em abraçar gente, beijar gente, fazer a prestação de serviços durante anos. Eles apenas fizeram campanha e conquistaram votos.”

No entanto, a falta de organização e seriedade por parte dos dirigentes partidários levou a essa situação caótica, que culminou na anulação dos votos de dois partidos: PODEMOS e PMB.

“E, numa decisão como essa, até o vereador Nerival, que é de um partido que não estava sendo questionado na decisão que o juiz deu, perdeu o mandato. Porque, na recomposição da Câmara com a saída de dois parlamentares, a anulação dos votos do partido e a redistribuição das cadeiras, o PSD perdeu uma vaga, e isso alcançou o vereador Nerival”, informou o comunicador sobre a recomposição das cadeiras na Câmara.

Ele também enfatizou que esse problema não é exclusivo de Ilhéus. Em diversas cidades do Brasil, partidos políticos são formados de maneira irresponsável, com dirigentes que incluem candidaturas fictícias apenas para cumprir a cota de gênero aplicável pela legislação eleitoral. Essas candidaturas sem competição, que registraram votação ínfima e pagamentos financeiros praticamente inexistentes, acabam sendo denunciadas por candidatos derrotados, pelo Ministério Público Eleitoral e pela própria Justiça Eleitoral.

O comunicador alertou que a Súmula 73 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece regras claras sobre a anulação de votos de partidos que cometem esse tipo de irregularidade. Embora a decisão possa ser contestada por alguns, a legislação precisa ser respeitada. O grande prejuízo, no entanto, recai sobre os eleitores que confiaram nos seus votos ao PODEMOS e ao PMB, mas tiveram as suas escolhas anuladas devido à irresponsabilidade dos dirigentes partidários.

Por fim, ele reforçou que é fundamental que os partidos políticos sejam geridos com seriedade e compromisso: “O dirigente partidário deve ter responsabilidade na hora de organizar o partido. Tem que ser sério, ter respeito às regras eleitorais, tem que ser decente para não causar esse tipo de problema”, concluiu.