“ESPERO QUE A SUTRAN REVISE AQUELA COISA BIZARRA QUE FOI FEITA NO MALHADO”, ALERTA ARQUITETO

"Deveriam ao menos colocar sinalização vertical adequada para alertar a todos de sua existência"
Em contato com a redação do O Tabuleiro, o arquiteto e morador de Ilhéus, Anselmo Galvão, pontuou sobre diversas intervenções feitas na cidade para melhoria da mobilidade, mas que atrapalham a segurança de pedestres, motoristas e ciclistas, na zona Norte da cidade. Veja abaixo:
Sobre o binário do Malhado
Olá Lívia e Vila Nova, queria falar um pouco sobre a situação viária do Malhado.
Mobilidade Meia-Boca. Este é o termo para definir aquilo ali.
Ouvindo seus ouvintes sobre a questão viária em Ilhéus, eu mesmo já falei sobre semáforos, sobre falta de sinalização, de fiscalização, enfim. Um caos
No entanto, dias atrás, neste programa, em excelente entrevista conduzida por este radialista, o prefeito pintou outro quadro. Na ocasião, importantes temas, como a "Avenida Contorno”, a duplicação da Av. Proclamação, a problemática da Avenida Princesa Isabel a problemática das invasões, foram abordados.
Passado todo o processo eleitoral, espero que o próximo gestor do sistema viário da cidade se proponha a revisar aquela coisa bizarra que foi feita no Malhado.
O prefeito até falou, naquela entrevista, que a população já está aceitando o binário.
Não é bem assim.
O binário em si (Av. ACM, sentido Centro e a Av. Litorânea Norte, sentido Parque Infantil) foi sim uma boa ideia. Mas todo o resto que foi feito ali foi recheado de exageros.
A começar por aquele bisonho estacionamento à esquerda no trecho do binário. Aquilo precisa ser desfeito, o estacionamento precisa voltar ao seu lugar natural, ou seja, do lado direito, ao longo do meio-fio.
Na Avenida ACM, a ciclofaixa até poderia continuar onde está (à esquerda), mas o estacionamento deveria ir também para seu lado natural.
Outra coisa que parece não ter necessidade alguma é a "pista preferencial" para ônibus ali no Malhado (no centro da cidade sim, mas ali não!). Duas faixas de trânsito normais, de uso misto dariam muito mais fluidez ao sistema.
Houve um excesso de segregação viária ali.
Quanto à Avenida Litorânea Norte, não haveria necessidade alguma de reduzir sua largura para encravar nela uma ciclofaixa improvisada, uma vez que há uma área verde expressiva ao lado, onde uma ciclovia de qualidade poderia ser implantada.
Mas, já que optaram por utilizar parte da avenida, o estacionamento deveria ir para o lado direito, separado da via de bicicletas por meio-fio (tornando-a, portanto uma ciclovia de fato).
Ciclofaixas, geralmente são soluções para vias coletoras, não arteriais.
Mas é no trecho da Av. ACM entre o balão da saída da Av. Litorânea Norte e o Parque infantil que a coisa fica crítica. Ali nem era pra haver estacionamento ao longo da via, não dá. Os comerciantes precisam dispor de suas próprias soluções de estacionamento naquele trecho. Outro dia, uma carreta estourou pneu em um fim de tarde ali e os transtornos foram enormes.
Fora toda a exagerada sinalização horizontal que implementou o descrito acima, a única intervenção física para viabilizar o sistema, foi aquela ilha triangular no entroncamento da Av. ACM com a Avenida Litorânea Norte, que tem uma péssima geometria.
Não sei como ainda não aconteceu acidente ali. Ficou horrível, se era pra fazer aquilo, deveriam ter feito também com sinalização horizontal (aliás, sinalização horizontal aqui em Ilhéus é algo que tem demais onde não era pra ter e falta onde era pra ter). Mas já que está lá, deveriam ao menos colocar sinalização vertical adequada para alertar a todos de sua existência.
A transição para o uso da bicicleta como meio de transporte em vias adequadas é necessária, e até tardia no Brasil, mas está sendo feita de forma cosmética em cidades como Ilhéus, onde pinta-se uma calçada (como foi feito no sistema viário da nova ponte) e chama-se isso de ciclovia. O resultado é que não fica muito claro para muitos ciclistas desavisados, que acabam usando descuidada e perigosamente a pista para carros, como eu já vi.
A título de exemplo, uma boa ciclovia deveria seguir o modelo da existente na Av. Atlântica, em Copacabana, no Rio de Janeiro: de asfalto, no mesmo nível ou um pouco mais alta em relação à pista para veículos motorizados, porém segregada deles por meio fio.
Se a prefeitura não deixasse ocorrer as invasões, e pior, a consolidação das mesmas, já ajudaria muito no planejamento urbano e evitaria essas soluções tardias e meia-boca.
Resposta de alysson da hora
Aquelas alterações até podem ter sito pensadas com a melhor das intenções. Mas não se justifica, de forma alguma, uma faixa exclusiva para ônibus em um local onde o fluxo destes veículos é mínimo e uma ciclofaixa que fica gravitando de um lado para o outro da pista fazendo com os ciclistas se vejam obrigados (caso cumpram o determinado) a alterar de lado de acordo com o que é proposto pelas autoridades de trânsito. Com relação ao estacionamento do malhado é muito comum observar veículos de outras cidades ficarem absolutamente PERDIDOS ao se depararem com aquela situação absolutamente atípica. E há que se lembrar que mesmo com a vigência da pandemia o fluxo de veículos tende a aumentar muito com a chegada de turistas, o que certamente agravará os problemas que já são facilmente perceptíveis com o contingente habitual de veículos. A prova de que as alterações não funcionaram é que o que deveria favorecer a MOBILIDADE, praticamente IMOBILIZOU a todos.
★ ★ ★ ★ ★ Em 05-12-2020 às 18-50h 5Resposta de Innas papalardo
Acredito que a maioria da população da zona norte se sentiu prejudicada com essa alteração. Precisa ser revista com urgência. Com o verão o trânsito que já tá horrível vai ficar muito pior.
★ ★ ★ ★ ★ Em 05-12-2020 às 18-46h 5Resposta de OSMAN BRANDÃO SOARES
Está de parabéns o Eng. Anselmo Galvão, mostra coerência em suas opiniões e o prefeito deveria lhe convidar para discutir o assunto.
★ ★ ★ ★ ★ Em 03-12-2020 às 20-38h 5Resposta de Costa
Deveria ser revisto todo o percurso do lado norte da cidade, um absurdo total. Como foi citado, buscam solucionar um problema criando outros maiores ainda. Olha a criação da ciclovia do Parque Infantil e a Barra, surreal ter no meio do percurso a mudança de sentido lateral da via na faixa de pedestre. o comercio local prejudicado. Fico pensando quem elaborou o projeto ?????
★ ★ ★ ★ ★ Em 03-12-2020 às 18-07h 5Resposta de Jorge
Texto perfeito, o serviço feito, chamado mobilidade, não passa de meia boca. Acabaram com o trecho na zona Sul, nas imediações do Sitio São Paulo, ficou uma rodovia parecendo um local isolado onde não há habitantes. E os pedestres vão fazer o que pra circular por aquela área q era linda, ? Os ciclistas vão fazer o que? Se não tem por onde trafegarem. Mais respeito as pessoas senhores governantes.
★ ★ ★ ★ ★ Em 03-12-2020 às 13-15h 5