Primeira escola pública de Ilhéus segue deteriorada, mesmo com decisão judicial para conservação

No coração da cidade, o imponente prédio do antigo Grupo Escolar General Osório, inaugurado em 31 de dezembro de 1915 como a primeira escola pública de Ilhéus e posteriormente adaptado como Biblioteca Municipal Adonias Filho, simboliza o abandono institucionalizado.

Em abril de 2025, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 500 mil da Prefeitura para garantir obras de conservação no patrimônio. Mesmo após o anúncio oficial, em junho de 2025, de que iniciaria manutenção emergencial, incluindo telhado, estrutura interna e vigilância 24 horas, o local continua apresentando sinais de abandono.

O taxista Marcelo lamentou a situação: “Particularmente eu acho muito triste porque é uma história muito bonita. A gente vê as pessoas mais antigas relatando que o General Osório era um colégio bom, depois virou biblioteca, e hoje está daquele jeito. É triste, principalmente quando turistas perguntam sobre o prédio. Eu espero que as autoridades olhem e viabilizem uma reforma, para que nós e os turistas possamos ficar felizes com a renovação, porque a história ali é fantástica.”

A história do General Osório revela o quanto a cidade ainda carece de uma política efetiva de valorização da memória e do patrimônio. A decadência do local é o retrato mais nítido do distanciamento entre o discurso de preservação e a prática. O prédio que já educou gerações hoje serve como lembrete de como a burocracia e a falta de prioridade podem apagar símbolos de valor imensurável. Resgatar o General Osório não é apenas restaurar um edifício, é reconectar Ilhéus à sua própria história.

Na próxima reportagem da série "O Abandono que Consome Ilhéus: Patrimônio histórico à beira da ruína", o destaque será o Palacete da Rua Conselheiro Dantas, outro símbolo de elegância do passado que hoje enfrenta o peso da burocracia e do abandono.