INDUSTRIALIZAÇÃO EM MASSA É CAMINHO PARA GERAR EMPREGOS E DESENVOLVIMENTO, DEFENDE SUPERINTENDENTE DA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA BAHIA

Em entrevista, Alisson Gonçalves afirma que papel do Estado é induzir o crescimento e ampliar oportunidades, com foco em infraestrutura, logística e valorização da força de trabalho
O superintendente de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Alisson Gonçalves, destacou em entrevista ao programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, nesta terça-feira (16), a importância da industrialização em massa para garantir empregos, ampliar a renda e movimentar a economia do estado.
“É preciso industrializar, sim, você está correto, eu corroboro com seu pensamento, porque a gente amplia a empregabilidade, como diz Marx. (…) A base da pirâmide só tem a força de trabalho pra vender. Então, o que é que o poder público precisa ser? O Estado precisa ser indutor do desenvolvimento”, afirmou Gonçalves, ressaltando que é contra a ideia de Estado mínimo e defende o equilíbrio de oportunidades.
O superintendente apontou que a Bahia conta hoje com 16 distritos industriais espalhados pelo estado, mas que a maioria da atividade está concentrada na região metropolitana de Salvador. Ele citou como exemplo os polos industriais de Teixeira de Freitas, Itamaraju, Eunápolis, Ilhéus, Jequié, Juazeiro, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães e Barreiras, além dos complexos de Aratu. “Industrializar requer infraestrutura também. Se o empresário tiver ambiente seguro, se ele tiver infraestrutura e mercado, ele vai alargar a base do seu negócio. E, como a grande base da pirâmide só tem a força de trabalho pra vender, é necessário gerar postos de emprego”, reforçou.
Alisson Gonçalves ainda chamou atenção para a necessidade de investimentos em ferrovias e portos, citando o Porto de Ilhéus e o debate em torno do Porto Sul. “O Brasil sucateou as ferrovias, que são mais rápidas, eficientes e econômicas. Sem ferrovia, você não tem porto. É preciso levar a sério essa política de investimento em logística se quisermos industrializar de verdade”, disse.
Na entrevista, o superintendente também lembrou o impacto da guerra fiscal entre os estados e a mudança provocada pela reforma tributária. Ele contou o caso de uma empresa instalada em Garanhuns (PE), que transporta milho do Mato Grosso para beneficiar em Pernambuco e depois distribui o produto acabado para o Sudeste, exclusivamente por caminhões, por conta das vantagens tributárias oferecidas. “Com a reforma tributária, uma indústria dessa não se instala mais em Garanhuns, porque os estados vão perder a capacidade de negociar. Isso vai ter impacto direto nos municípios menores”, alertou.
Para ele, a Bahia deve olhar com atenção para setores estratégicos, como o cacau e o chocolate, defendendo que o estado precisa produzir e beneficiar, agregando valor e não apenas exportando matéria-prima. Ele também citou o lítio como exemplo. “Ao invés de só mandar o lítio para fora, por que a gente não industrializa o lítio aqui, manda o produto acabado, já o chip de celular pronto, já a bateria para os carros elétricos pronta? Assim a gente agrega valor, amplia a empregabilidade, gira a economia, traz esperança e oportunidade”, defendeu.
Confira a entrevista completa:
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