A gestão de Montes Claros reforçou que não autorizou o envio das pessoas e mobilizou atendimento emergencial

Um ônibus com 41 imigrantes venezuelanos, membros da etnia indígena Warao, desembarcou na área frontal do Terminal Rodoviário de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, na madrugada deste sábado, 15 de novembro.

De acordo com a Prefeitura de Montes Claros, a Guarda Civil Municipal identificou o veículo por volta das 2h27 e acionou órgãos municipais e a Polícia Federal. Após vistoria no interior do ônibus, não foram apontadas irregularidades.

Segundo a administração municipal mineira, o motorista informou ter sido contratado pela Prefeitura de Itabuna, no Sul Baiano, para transportar as famílias até Montes Claros e retornar em seguida. O grupo disse viver em Itabuna há cerca de dois anos e relatou ter deixado o município após a interrupção de pagamentos de aluguel social.

O líder apresentado como cacique, Amário Mota, afirmou que as famílias estavam em um imóvel alugado e exibiu um documento que, segundo ele, teria sido emitido pela Prefeitura de Itabuna.

A gestão de Montes Claros reforçou que não autorizou o envio das pessoas e mobilizou atendimento emergencial com as pastas de Assistência Social, Defesa Civil, Saúde, Educação, Segurança Integrada e outras áreas.

“A Prefeitura de Montes Claros reforça seu compromisso com a proteção social, a dignidade humana e a atuação responsável diante de situações emergenciais, ao mesmo tempo em que esclarece que não participou, não autorizou e não foi previamente comunicada sobre o transporte e o desembarque dessas famílias”, disse o município por meio de nota.

Em nota, a Prefeitura de Itabuna informou que atendeu a um pedido do próprio grupo indígena Warao para realizar a transferência a Montes Claros, onde teriam parentes. O município baiano disse ter cedido ônibus, mantimentos e fraldas para a viagem e registrou que o grupo era composto por sete famílias — 41 pessoas (7 homens, 7 mulheres e 27 crianças).

A gestão afirma que os líderes assinaram termo de desligamento voluntário do serviço de acolhimento POP Acolhimento (Bairro de Fátima), onde estavam desde junho, e que todos possuem documentação regularizada, com processos de refúgio reativados no Sisconare e Registro Nacional Migratório emitido com apoio do MPF, MP-BA e Polícia Federal.

A prefeitura baiana informou ainda que a decisão do grupo de deixar a cidade ocorreu na quarta (12) e que a partida ocorreu às 15h de quinta (13).

A Prefeitura de Montes Claros afirma que segue prestando apoio imediato e articulando a rede de assistência social; a nota não detalha medidas posteriores. Já Itabuna sustenta que o deslocamento foi escolha do grupo e que, enquanto esteve no município, recebeu acolhimento com acesso a saúde, educação e benefícios (Bolsa Família ou BPC), sob acompanhamento do Conselho Municipal de Assistência Social.

Até a última atualização, não havia posicionamento conjunto das prefeituras sobre a situação das famílias em Montes Claros ou eventual encaminhamento intermunicipal.

Fonte Agência Sertão