JOSÉ NAZAL RELEMBRA INFARTO DURANTE FESTA DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE ILHÉUS EM 2005
Historiador narra episódio vivido há 20 anos e expressa gratidão pela segunda chance de vida
Em um relato marcado por emoção e fé, o historiador e ex-vice-prefeito de Ilhéus, José Nazal, compartilhou uma lembrança pessoal ocorrida há exatos 20 anos, durante a comemoração dos 93 anos da Associação Comercial e Industrial de Ilhéus, em 1º de novembro de 2005. O evento, realizado no salão nobre da instituição, foi uma celebração histórica e, ao mesmo tempo, o cenário de um momento decisivo na vida do ilheense.
Na ocasião, o presidente José Leite havia convidado o acadêmico, advogado, jornalista e poeta João Hygino Filho para ministrar a palestra magna sobre a fundação da entidade e seus idealizadores. O salão estava cheio, e entre os presentes, Nazal recorda-se de estar acompanhado de amigos como Alberto Albagli, Valério Magalhães e Marcos Correia, num ambiente festivo e de reconhecimento à trajetória da instituição.
Após a palestra e as homenagens, os convidados se dirigiram ao coquetel de confraternização. Foi nesse momento que um mal-estar começou a se manifestar em Nazal — primeiro com sudorese fria, depois com forte dor no peito e intensa sede. Ele relembra que, ao perceber a gravidade da situação, ouviu uma voz interior alertando: “você está tendo um infarto”.
Com lucidez e serenidade, comunicou o ocorrido a Valério Magalhães e decidiu ir ao hospital. Sozinho, dirigiu-se ao antigo Hospital Bartolomeu Chaves, onde recebeu os primeiros atendimentos, sendo posteriormente encaminhado à UTI do Hospital São José e, depois, a Salvador, onde passou por cateterismo e angioplastia.
Hoje, duas décadas depois, Nazal revisita o episódio com gratidão e fé, reconhecendo a importância de cada pessoa envolvida naquele dia e o amparo divino que, segundo ele, o sustentou para que pudesse continuar contando sua história.
Confira o texto de José Nazal na íntegra:
Era o dia 1º de novembro de 2005 e a Associação Comercial e Industrial de Ilhéus comemorava 93º ano de sua fundação, numa bonita festa no salão nobre de sua sede. O presidente José Leite convidara o acadêmico, advogado, jornalista e poeta João Hygino Filho para proferir a palestra magna sobre a fundação da instituição e seus idealizadores. O salão estava lotado, e ficamos ao fundo, encostado no piano, eu, Alberto Albagli, Valério Magalhães e Marcos Correia. Lembro-me que alguém disse: "Está calor e o ar condicionado não está dando conta e Hygino vai se alongar", não lembro quem afirmou, só lembro que foram essas palavras. Em seguida, Valério de Magalhães afirmou: "Hygino disse que vai ser breve, no máximo 20 minutos". Pairou uma dúvida, porém, Hygino honrou a promessa e foi cirúrgico, falou dentro do tempo combinado.
Após a palestra do ilustre convidado, ocorreram as homenagens de praxe, diplomas, medalhas e honrarias distribuídas a um seleto grupo de pessoas que muito fizeram pelo engrandecimento da casa. Finda a cerimônia, o presidente convidou a todos para se dirigirem ao hall e salão ao lado para o coquetel de confraternização.
Durante o serviço do coquetel eu me recordo quando o subcomandante da 18ª CMS, Major Ewerton me fez um pedido: "Nazal, ouvi o palestrante falar com tinha um neto do Coronel Misael Tavares presente na festa. Pode me apresentar a ele?". Pedido feito, fui logo atender, chamando Gilberto, fazendo a apresentação. Na sequência, me lembro que deixei os dois e passei a conversar com Júlio Adolpho, próximo ao busto de Misael. Nessa hora, percebi que estava com uma forte sudorese, muito fria, seguido de um desconforto inicial que se transformou numa forte dor no peito e uma impressionante secura na boca. Busquei um garçom para pedir água e, como só tinha refrigerante, sorvi um copo em segundos, porém, não saciou a sede. Parti para a copa e pedi água. Me deram água de côco. Com a dor ficando mais intensa, do céu veio uma luz que e uma voz que me dizia: "você está tendo um infarto". Ao tomar consciência, falei a Valério Magalhães: "Valério, estou tendo um infarto, vou para o hospital". Ele retrucou: "Vou com você". No caminho, encontrei o presidente José Leite e comuniquei a ele a razão da minha saída imediata da festa. O presidente, muito abafado que estava, não acreditou (pelo menos foi essa minha percepção na hora). Meu carro estava parado na porta da Associação, no local dos táxis que ficam no ponto, durante o dia. Na descida da escada, iam subindo Elival Vieira (Saldanha) e Téo. Pararam Valério e eu não esperei, segui para o antigo Hospital Bartolomeu Chaves. Fui sozinho.
No caminho, liguei para Lucinha e pedi para ela avisar a Marisa e seguir para o hospital. Lá fui atendido na porta pelo técnico de enfermagem, meu amigo Almir Carvalho, que imediatamente chamou dra. Luciene, que prontamente me atendeu, dizendo que teria de chamar um cardiologista. Informei que já tinha chamado e Marisa chegou logo.
Para encurtar a conversa, me levaram para a UTI do Hospital São José. Quem estava de plantão foi dra. Vitória. Me lembro que a enfermeira Daniela Navarro fez a aplicação do medicamento (Metalise) e pela manhã quando acordei quem estava de plantão foi dr. Ademir Hildo de Medeiros. Depois de 4 dias na UTI, fui para Salvador, onde fiz o cateterismo, seguido de angioplastia com Dr José Raimundo Brito.
Aqui estou eu para agradecer a Deus, sempre em primeiro lugar, e também a todos que permitiram eu viver esses 20 anos e estar contando essa história, recheada de lembranças. Todos os dias agradeço e louvo a Deus Pai, ao Deus Filho e ao Deus Espírito Santo.
"Até aqui nos ajudou o Senhor". 1Sm 7,12
Resposta de Maria D'Ajuda Souza Ferreira
Zé Nazal, a MISERICÓRDIA de Deus é infinita, graças a Deus continua vivo e partilhando essa rica experiência. VIDA Q SEGUE.
★ ★ ★ ★ ★ Em 02-11-2025 às 19-46h 5Resposta de Baltazar Cordeiro Alexandrino Júnior
Que Deus continue abençoando a sua vida irmão
★ ★ ★ ★ ★ Em 02-11-2025 às 16-48h 5