Pedido de cassação foi fundamentado em acusações de compra de votos e abuso do poder econômico durante as eleições de 2024

O Ministério Público Eleitoral (MPE) da Bahia pediu a cassação dos diplomas do prefeito reeleito de Barro Preto, Juraci Dias de Jesus, e do vice-prefeito Gideon Ribeiro dos Santos. O parecer, apresentado pelo promotor eleitoral Marco Aurélio Rubick da Silva, aponta a prática de captação ilícita de sufrágio (compra de votos) e abuso do poder econômico durante o pleito municipal de 2024.

A acusação teve início em ação de investigação judicial eleitoral movida por Itamaria Barbosa Pereira. Segundo os autos, a residência do prefeito Juraci foi utilizada, no dia da eleição, como ponto de compra de votos, com registro de intensa movimentação de eleitores, entrega de dinheiro e promessas de benefícios.

Vídeos analisados pela Polícia Federal confirmaram a autenticidade das imagens e identificaram a casa do prefeito como local de movimentação suspeita. Testemunhas afirmaram ter recebido dinheiro diretamente de Juraci em troca de apoio eleitoral, valores que variaram entre R$ 100 e R$ 200. Um guarda municipal, segundo relatos, controlava a entrada e saída de pessoas no imóvel.

O MPE destacou que a prática comprometeu a lisura e a legitimidade das eleições. “Restou cabalmente demonstrado que os investigados praticaram captação ilícita de sufrágio e abuso do poder econômico, violando a normalidade do pleito”, afirmou o promotor em suas alegações finais.

O pedido do Ministério Público inclui:

• Cassação dos diplomas do prefeito e do vice-prefeito;
• Inelegibilidade por oito anos para ambos;
• Aplicação de multa prevista na Lei Eleitoral.

Com a manifestação, caberá agora ao juiz da 136ª Zona Eleitoral, em Itajuípe, decidir sobre o futuro do mandato da chapa reeleita em Barro Preto.