PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ILHÉUS SÃO PROTEGIDOS POR LEI MUNICIPAL. PARA NAZAL, A LEI É A "MAIS DESRESPEITADA DO MUNICÍPIO"

Casarão da Rua Conselheiro Dantas, no Centro Histórico de Ilhéus, será leiloado no dia 21 de maio
O leilão do casarão da Rua Conselheiro Dantas, no Centro Histórico de Ilhéus, foi um dos temas discutidos no programa O Tabuleiro, da Ilhéus FM, desta segunda-feira (13). A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) decidiu leiloar o casarão, no próximo dia 21, com lance mínimo de R$ 670 mil.
O historiador e fotógrafo José Nazal participou do programa e trouxe a informação da existência de uma lei que protege 82 imóveis do município. O leilão da SPU não informa que o prédio é protegido pela lei municipal 2312, de 01 de agosto de 1998, editada na época do governo de João Lírio. Essa lei inventariou e protegeu esses imóveis do centro histórico de ilhéus, e diz o que pode ser feito em todos os prédios. Entre as determinações estão a aplicação rigorosa da manutenção e reforma, e a proibição de descaracterização do prédio. "Pode ser feita uma reforma interna, mas a fachada tem que ser preservada. Infelizmente é a lei mais desrespeitada de ilhéus. Essa lei também dizia que os donos dos imóveis também teriam 50% de desconto no valor do IPTU como incentivo para a manutenção, o que era muito pouco. Um código tributário de 2014, suspendeu todos os incentivos. A partir daí as pessoas que eram donas dos prédios largaram de mão", contou.
Nazal citou ainda a casa da família Lavigne que sofreu uma descaracterização "absurda". "Deixaram uma fachada falsa e demoliram o prédio, aprovado pelo Conselho de Cultura. Eu fui contra. E o que é pior, Nessa obra dos Lavignes, o alvará saiu em nome de Maria Catharina Lavigne de Lemos, e ela já tinha morrido há mais de 20 anos na época", relatou Nazal.
Sobre o casarão, Nazal reforçou que o prédio é inventariado e tombado, e lamentou: "Vai ser mais um problema pra Ilhéus. A gente está perdendo aos poucos a nossa história".
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