Durante coletiva em frente à Catedral de São Sebastião, secretário de Segurança Pública afirma desconhecer falta de estrutura e minimiza problemas no atendimento de ocorrências

Na manhã desta quinta-feira (28), em coletiva realizada em frente à Catedral de São Sebastião, em Ilhéus, o secretário de Segurança Pública da Bahia foi questionado sobre a precariedade do Departamento de Polícia Técnica (DPT) do município, especialmente após o triplo homicídio que chocou a cidade no último dia 15 de agosto.

O crime vitimou Maria Helena do Nascimento Bastos, Mariana Bastos da Silva e Alexsandra Oliveira Suzart, brutalmente assassinadas em uma área de mata na zona sul. Nesta semana, Thierry Lima da Silva se apresentou à polícia e confessou o crime, alegando ter agido sozinho, sob efeito de drogas, com a intenção inicial de assaltar uma das vítimas. Apesar da confissão, a Polícia Civil mantém as investigações e não descarta a participação de outras pessoas.

Diante da pergunta sobre se a falta de estrutura do DPT em Ilhéus teria atrasado as investigações, o secretário respondeu: “A gente pode garantir que todos os meios que estavam disponíveis, tanto de Salvador quanto de Ilhéus, de toda a região, foram utilizados, não só logo à descoberta do crime, mas após também outras diligências foram realizadas no local do crime, buscando vestígios, tanto pela Polícia Civil quanto pela Polícia Científica. A gente tem ainda processado, tem buscado os melhores meios de técnica para que a gente possa fazer a conclusão das perícias solicitadas pela Polícia Judiciária.”

A imprensa também questionou sobre a informação de que o DPT de Ilhéus dispõe de apenas um rabecão e que, no final de semana em que ocorreu o triplo homicídio, não havia equipe de plantão para atender a ocorrência. O secretário demonstrou desconhecimento em relação ao número de veículos disponíveis na cidade e respondeu: “Bem, o que eu posso só afirmar é que nós mais do que duplicamos o efetivo do DPT. Que todas as governadorias regionais da polícia científica do DPT receberam reforço no policiamento. Para você ter ideia, nós saímos de 800 servidores a quase 2 mil servidores nesse período de menos de um ano. E nós também, basicamente, duplicamos não só os equipamentos, mas os veículos que são utilizados para o DPT. Essa informação não chegou. Acredito que a gente tenha atendido, seja com a Polícia Civil, seja com o DPT, o local de crime, na forma mais rápida possível. E como eu disse, além de ter feito a colheita, no momento da descoberta dos corpos, após também outras diligências foram realizadas nesse local, buscando mais evidência.”

A fala do secretário contrasta com as queixas recorrentes sobre a precariedade do DPT em Ilhéus, que enfrenta limitações tanto no quadro de profissionais quanto na disponibilidade de equipamentos básicos para a atuação, como os rabecões.