Autoridades já analisam protocolos para a volta dos cruzeiros; Costa cancelou temporada na América do Sul

A temporada 2020/2021 na América do Sul deve começar no dia 15 de novembro com o MSC Preziosa. Em comunicado, a armadora italiana MSC Cruzeiros afirmou que "planeja trazer gradualmente mais navios de volta ao mar nos próximos meses". A companhia prevê até quatro navios para operar na América do Sul até 2021. Já a Costa Cruzeiros, em comunicado em seu site, anunciou a suspensão da vinda de seus navios Costa Fascinosa, Costa Luminosa e Costa Pacífica para o continente sul-americano neste ano.

Sobre a temporada, a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros (Clia Brasil) afirma que não que não interfere nas decisões de seus associados e reforça que está trabalhando para a concretização da temporada 2020/2021, com previsão para acontecer entre novembro de 2020 e abril de 2021. A entidade já entregou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os novos protocolos desenvolvidos por especialistas contratados pelas companhias marítimas. A Clia Brasil trabalha alinhada com a Cruise Lines International Association.

Na Europa
Em muitos países, como Alemanha, Croácia, França, Grécia, Itália, Noruega, Taiti e Taiwan, as armadoras retomaram as operações baseadas nesses protocolos. É o caso da Costa Cruzeiros, que começou a retomar as operações gradualmente dos navio Costa Delizioza a partir do último dia 6. Já Costa Diadema começa a navegar a partir do próximo dia 19. Ambos fazem roteiros inicialmente na Itália. Também a MSC retomou as viagens pelo mar Mediterrâneo com o MSC Grandiosa, em percurso de sete dias por quatro portos.

Recentemente, os olhares se voltaram para a companhia norueguesa Hurtigruten, que, na retomada dos cruzeiros no início de agosto, foi obrigada a suspender novamente as operações por conta de surtos da Covid-19 em dois de seus navios.
Desde que começou a pandemia, em março, segundo dados da Universidade Johns Hopkins e fornecidos pela Clia Global, foram registrados 3.047 casos e 73 óbitos causados pela Covid-19 a bordo de transatlânticos afiliados à associação. Cerca de 55 navios foram impactados pela propagação da doença.

Prejuízos
Se no Brasil o setor de cruzeiros marítimos ainda é fraco, na Europa representa um volume de negócios de 14,5 bilhões de euros ao ano e cerca de 53 mil empregos, segundo a Clia Global, que calcula em cerca de 25,5 bilhões de euros o prejuízo gerado na Europa pela interrupção das viagens.

Nas próximas semanas, a Clia Brasil pretende divulgar um estudo que mostra o impacto da atividade de cruzeiros no país na temporada 2019/2020. Quando a pandemia se instalou no país, sete navios navegavam pelo litoral - quatro da MSC, dois da Costa Cruzeiros e um da Pullmantur, fretado pela operadora CVC.
Segundo a Clia Brasil, foram 30 mil leitos a mais do que na temporada passada. Em 2019, os cruzeiros foram responsáveis por um impacto de R$ 2,08 bilhões na economia, além da geração de cerca de 32 mil postos de trabalho diretos e indiretos.