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COMO OS BRASILEIROS CONSOMEM CULTURA

Esta semana eu recebi uma mensagem sobre uma pesquisa interessante que traça o perfil dos brasileiros que consomem cultura. E é sobre este assunto que tratarei minha conversa de hoje com vocês. Pois bem, a Uol Tab atesta neste trabalho o que mais nos afasta ou o que mais nos aproxima da Cultura nos dias de hoje. Então, como os brasileiros consomem Cultura? A Consultoria JLeiva entrevistou em 12 capitais brasileiras, das mais diversas regiões do país, mais de dez mil pessoas. “O resultado é uma das mais completas análises do país sobre o comportamento cultural nos dias de hoje”. A pesquisa mostrou que apenas 1/3 da população vai a museus, teatros e cinemas. O cinema (64%) é o local mais frequentado. Até aí nenhuma novidade. Mas quem realmente dar um gás nesta estatística são os jovens. Se depender da garotada o cinema nunca vai morrer. “Os filmes de super-heróis – afirma a pesquisa - é uma boa explicação para isso”. Das cinco bilheterias do Brasil, 3 eram da DC Comics e da Marvel. Mesmo com tanta vontade ir ao cinema essa galera está cada vez mais assistindo filmes e séries em casa, pelo serviço de streaming. O streaming “é uma tecnologia que envia informações multimídia, através da transferência de dados, utilizando redes de computadores, especialmente a Internet, e foi criada para todas as conexões mais rápidas”. Streaming é inglês quer dizer transmissão.

Quando a pesquisa se refere a música, há quase uma unanimidade na pesquisa: o ritmo sertanejo. Não importa o sexo, a faixa etária, o gênero que liga todos os brasileiros é o sertanejo. Pelo menos é o que diz a pesquisa. A única exceção são os jovens entre 12 e 15 anos. 55% deles disseram se identificar mais com o funk. A pesquisa também mostrou que gênero, orientação sexual, estado civil, religião, cor, escolaridade e renda tem peso gigantesco na forma em que experimenta cultura nas grandes cidades. Em todas as principais categoriais as mulheres ficaram atrás dos homens quando o assunto é acesso à cultura. Estranho isso, mas, foi o que deu.

A vida doméstica também tem um impacto negativo nos hábitos culturais. Casados consomem menos cultura que os solteiros. E quando os filhos nascem o acesso das mulheres a cultura caem drasticamente em comparação aos homens na mesma situação. Pela primeira vez, a pesquisa também perguntou sobre a orientação sexual dos entrevistados e como ela se relaciona com seus hábitos culturais. O público LGBT frequenta muito mais os espaços culturais que os heteros.

E se a pessoa tiver ou não uma orientação religiosa, isso afeta seu comportamento cultural? A pesquisa mostrou que sim. O acesso à cultura é mais entre os espíritas e os da religião afro e os que não tem religião. A pesquisa também tentou entender como a desigualdade racial no país reflete nos nossos hábitos culturais. Era de se esperar que esse abismo se repetisse no acesso à cultura. E repete. Os brancos vão mais a museus e a teatros. Mas a porcentagem de negros que frequentam shows de música e dança é muito maior.

Entre educação e renda, qual fator pesa mais na hora de ter acesso a cultura? O brasileiro mais escolarizado mantém uma frequência maior do que aqueles que ganham mais dinheiro.  A pesquisa mostrou que indivíduos da classe C, com ensino superior, vai mais a cinema que os pertencentes nas classes A e B. Uma coisa é certa, não importa a classe social, todas ainda dependem das atividades gratuitas para se divertir. 32% de todos os entrevistados só vão as atividades culturais se elas forem de graça. Tem muita gente que gosta de xepa mesmo. Por fim, 40% frequentam mais eventos na faixa do que pagos. Não sei aqui se a pesquisa se refere a faixa de idade ou a faixa de preço. O fato é que estes dados são importantes para se pensar em projetos culturais ou como diz a pesquisa em “políticas públicas daqui para frente”.

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 25/07/2019 08h40

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