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O Tabuleiro

Pawlo Cidade

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O AMOR

"O tempo é muito lento para os que esperam,

muito rápido para os que têm medo,

muito longo para os que lamentam,

muito curto para os que festejam.

Mas, para os que amam, o tempo é eternidade"

(William Shakespeare)

 

Aceitei com muito carinho escrever semanalmente para este programa. A princípio pensei em falar sobre Teatro, já que é um assunto que eu domino, que tenho bastante afinidade. Depois, achei melhor falar de Cultura, a praia em que tenho alimentado com muita responsabilidade nestes últimos dezesseis anos. Mas também pensei em escrever coisas, ou melhor, dar opiniões ou impressões sobre os mais variados assuntos. É por isso que me arrisco a falar da vida, dos sentimentos, de casos, de fatos históricos. Hoje vou falar mais uma vez do amor. Não estou inspirado, simplesmente me veio a ideia de escrever sobre este sentimento mais sublime: o amor.

Não sou um especialista no assunto, mas é que sempre me vem à mão algo que eu gostaria de compartilhar, já que vivemos numa sociedade tão distante deste princípio universal, tão bem descrito por Paulo na primeira carta aos Coríntios, no capítulo 13, da Bíblia.

Pois bem, certa vez disse Nietzshe, “sempre há um pouco de loucura no amor, porém sempre há um pouco de razão na loucura". Assim, posso afirmar que todo mundo que ama, é louco, já que está disposto a fazer uma infinidade de coisas para ter sempre perto de si, a pessoa que ama. As pessoas confundem amor com paixão e paixão com amor. As pessoas hoje ficam juntas e dois dias depois já dizem que se amam. Mas quando chegam às adversidades, as tribulações, o amor que antes era eterno, agora parece efêmero. E uns lhe dizem: você vai amar outra. E outras aparecem e as histórias se repetem.

Dizia Artur da Távola que “não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que e ser ininterrupta”. É aí que o bicho pega.

Se você não é capaz de seduzir, diariamente, sua namorada, sua esposa, enfim, é melhor desistir de amar, porque, cedo ou tarde, o tempo passa, as ideias mudam e o amor (que nunca existiu na verdade para você), começa a ficar diferente.

Todavia, como viver esse amor que lhe leva muitas vezes a mastigar o próprio coração? Eu pergunto: por que prender um pássaro, se é melhor vê-lo voando sobre meu quintal, acordando-me todas as manhãs com seu canto sereno e belo? Como posso negar a existência de um amor que lhe deixa feliz? Como esquecer quem sempre te faz lembrar? Como deixar de querer-lhe o bem, mesmo estando longe? Como deixar de enxugar suas lágrimas, mesmo sabendo que você não as derrama mais por ela? Como apagar o sorriso, as brincadeiras, se cada flor que você beija, sente o seu perfume?

Amem. Amem sem medo de ser feliz. Amem sem esperar nada em troca. A reciprocidade é um dom divino. Quando menos se espera, mais se recebe. E Távola conclui dizendo que é preciso “saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande, mas, não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta. Bem, é isso. Desejo um bom amor aos que já têm! Um bom encontro aos que procuram! E felicidades a todos nós!”

 

 

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 10/07/2019 08h09

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