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Pawlo Cidade

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O HOMEM NASCE BOM

Os fundamentalistas, os preconceituosos, os pedófilos, os assassinos e toda espécie de indivíduo que radicaliza seus atos ou, simplesmente, são seguidos por eles, certamente não possuem uma vaga no Livro da Vida. Em diversas passagens das Escrituras Sagradas está, talvez não com essas palavras, a certeza de que eles ficarão de fora. E o pior de tudo isso é que estas pessoas se vestem de paladinos da moralidade para impor no outro um desejo que eles não gostariam que aplicassem neles. Afinal, como sempre repetia sua mãe, “pimenta nos olhos dos outros, é refresco”.

Marx foi um dos pensadores que conseguiu popularizar a frase “a religião é o ópio do povo”. No entanto, outros pensadores já haviam dito a mesma frase de maneira diferente, em outros tempos, como o Marquês de Sade, em 1797, no seu livro “Histoire de Juliette”: “É ópio que você faz seu povo tomar, para que, anestesiado por esse sonífero, ele não sinta as feridas que você lhe rasga”. E como é que estes líderes conseguem cegar as pessoas ao ponto de chamar uma criança de dez anos, vítima de estupro, de assassina? Alguém poderia responder: “Lavagem cerebral”; outro que o indivíduo está sujeito a uma ideologia; outrem culparia a ignorância. E surgiriam várias explicações para justificar o injustificável.

Foi Jean-Jacques Rousseau quem afirmou que “o homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”. Mas Augusto Cury refuta dizendo “essa ideia precisa de reparos”, pois para ele, “o homem nasce neutro e o sistema social educa ou realça seus instintos”. Talvez neste argumento ele encontre um motivo para explicar o comportamento doentio e perverso de muitos seres humanos. Mas aí chega um outro pensador, George Bernard Shaw, e diz que “o poder não corrompe os homens; mas os tolos, se eles adquirem uma posição de poder, eles a corrompem”.

No fundo, tudo não passa de uma questão de escolha. Você escolhe de que lado quer estar. Ou você acha que um advogado defende o assassinato em si quando ele é contratado para defender um homicida que é indefensável aos olhos da sociedade? A mesma sociedade que o acolheu ou que o rejeitou.

Infelizmente eu não tenho respostas para muitas perguntas. Sobretudo, sobre as afirmações que iniciei este podcast de hoje. Enquanto isso, as dualidades se digladiam, pessoas morrem, bandeiras são erguidas, impérios derrotados, e você continua em frente a televisão esperando ansioso por mais um daqueles plantões do Jornal Nacional ao invés de abrir a boca ou ajudar seu irmão.  

 

 

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 19/08/2020 07h51

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