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Pawlo Cidade

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OS CANDIDATOS DA CULTURA

De todos os pré-candidatos (as) a vereador (a) do seu Município, quantos deles erguem a bandeira da Cultura? Afinal, nem todos que apontam a Cultura em seu plano de ação compreendem a dinâmica do fazer cultural, não é mesmo? Este questionamento na minha rede social Facebook, semana passada, suscitou a aparição dos postulantes ao cargo da Câmara de Vereadores de Ilhéus. Há eleitores que sequer conhecem estes candidatos e esta foi, sem dúvida, uma oportunidade excelente para que estes candidatos e candidatas apresentem sua proposta de ação enquanto vereadores, se eleito forem. Vale salientar que suas plataformas não podem ser confundidas com plataformas de governo, já que este é um papel dos candidatos ao cargo do executivo.

Mas antes de mencionar o nome dos que tenho conhecimento que irão guerrear por estas cadeiras, vamos falar em fazer cultural. O fazer na Cultura nos remete a um verbo de ação que se coaduna com a prática diária de sua atividade. Então, grosso modo, poderíamos afirmar que o fazer cultural estaria ligado as ações do agente cultural e sua postura diante deste fazer. Mas aí entra a dinâmica do fazer, ou seja, a relação do agente com o público, com os seus semelhantes, com os seus credores, com os gestores públicos, com a arte em si, a sua arte, e a própria política pública da Cultura. E é nessa relação que você conhece quem, de fato, está comprometido com o coletivo, com a categoria, com o movimento. O fazer não pensa no umbigo, nem quer a farinha primeiro, já que ela é muito pouca neste universo escasso de recursos para as atividades cotidianas das Artes e da Cultura. O fazer é ubuntu, não é meu amigo Pedro Albuquerque? É humanidade, humanidade para os outros. Neste sentido, quando afirmo que nem todos compreendem esta matriz dionisíaca do fazer estou me dirigindo a quem diz que faz, mas não faz. A quem prega um discurso, mas age diferente na prática.

Mais eis os nomes que se apresentam erguendo a bandeira da Cultura: Ana Paula, do RH da Prefeitura de Ilhéus; os cantores Djalma Assis e Ratinho, ambos do sindicato dos músicos; as cantoras Simone Lessa e Bam Lima; o ativista Cijay, com argumentos bastante sólidos a partir de sua experiência com o coletivo rap de rua; Mestra Lainha do Cordel; Jacks Rodrigues, oriundo do movimento negro, defensor do movimento comunitário e ativista do turismo; Fernando Hugues, ex-diretor geral da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, ilheense da gema, que favoreceu a vinda de vários projetos culturais para Ilhéus; Enilda Mendonça, apesar de ser da Educação, também estende a bandeira da Cultura como mola de desenvolvimento estratégico e o vereador Makrisi Angeli, que tenta a reeleição, e se mostrou um defensor das causas culturais, sobretudo a demanda dos povos de matriz africana. Por enquanto é só. Se tiver mais algum, se apresente. Terei o maior prazer em incluí-lo neste rol seleto dos que acreditam que a cultura pode fazer a diferença. E, ao contrário do que muitos pensam, a Cultura dá voto sim.

Bom seria, mas aí é mexer com o ego artístico, que todas estas candidaturas se reunissem em pró de uma única opção. Mostraria mais força, mais união, mais coletividade e todos, sem exceção, sairiam ganhando.

 

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 15/09/2020 08h11

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