Situação precária da frota se agrava com veículos sem documentação e impede consertos em concessionárias

Durante entrevista ao programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, nesta terça-feira (5), a secretária de Saúde de Ilhéus, Sonilda Melo, revelou um cenário alarmante sobre a frota de ambulâncias do município. Segundo ela, apenas duas ambulâncias estão em funcionamento atualmente, enquanto outras três estão quebradas e impossibilitadas de serem consertadas por falta de documentação legal. “Estamos com três ambulâncias quebradas, e aí você vai me perguntar: ‘por que não consertou ainda?’. Eu não consertei porque elas só podem ser consertadas em concessionárias, e nenhuma delas tem documento. Não são emplacadas, não têm nota fiscal", afirmou a secretária.

Sonilda relatou que o impasse está sendo tratado junto ao Ministério da Saúde. Um despachante já foi contratado e o gabinete do prefeito está envolvido na tentativa de localizar os documentos fiscais dos veículos. Sem nota fiscal e sem emplacamento, as ambulâncias não podem ser aceitas nas concessionárias, como no caso de uma que chegou a ser levada à Mercedes-Benz, mas teve que ser retirada.

Para minimizar os prejuízos, a secretaria solicitou três ambulâncias emprestadas à Prefeitura de Salvador, que recebeu uma quantidade maior de veículos do Ministério da Saúde. “Estamos nesse trâmite para trazer essas três para nos ajudar até que nossas ambulâncias novas cheguem”, explicou. A previsão é que Ilhéus receba três novas unidades por meio do PAC 2025, mas ainda não há uma data confirmada.

A solicitação das ambulâncias de Salvador foi feita com validade de nove meses, enquanto o município aguarda o envio das novas. Mesmo assim, Sonilda foi categórica: “Precisaríamos de, no mínimo, seis ambulâncias próprias. Ilhéus é base descentralizada e comanda toda a micro de Ilhéus e a micro de Valença”.

Questionada sobre os repasses do governo federal para o SAMU, Sonilda admitiu que os recursos não são suficientes para manter a estrutura. “Sempre falta. O governo federal manda uma parte, mas o município tem que dar a contrapartida. E essa contrapartida está dentro dos 15% obrigatórios da saúde. Hoje, com os bloqueios e falta de recursos, está impactando não só a saúde, mas toda a prefeitura.”

A secretária também explicou que, no momento, não há condições financeiras para o município adquirir novas ambulâncias, que custam entre R$ 600 mil (modelo básico) e R$ 800 mil (modelo avançado). Mesmo que fosse possível comprar, seria necessário passar por um trâmite burocrático envolvendo instâncias como a CIB (Comissão Intergestores Bipartite) e a CIT (Comissão Intergestores Tripartite), o que levaria tempo. 

Confira a entrevista completa: 

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