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EM MEIO A ESTIAGENS E ONDAS DE CALOR, ESTAÇÕES DO INMET NA BAHIA NÃO REGISTRAM DADOS POR FALTA DE MANUTENÇÃO

EM MEIO A ESTIAGENS E ONDAS DE CALOR, ESTAÇÕES DO INMET NA BAHIA NÃO REGISTRAM DADOS POR FALTA DE MANUTENÇÃO
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 11/12/2023 14h59

Dos 417 municípios da Bahia, apenas 44 possuem estações automáticas do órgão. Como em Salvador há duas, o total de equipamentos é de 45.

Várias estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) estão sem funcionar ou funcionando com problemas na Bahia. Em meio às condições extremas de calor e estiagem em boa parte do estado, dados oficiais estão sendo perdidos por falta de manutenção nos equipamentos.

Dos 417 municípios da Bahia, apenas 44 possuem estações automáticas do órgão. Como em Salvador há duas, o total de equipamentos é de 45. Destes, cinco estão sem funcionar e outros 13 apresentam algum tipo de problema, como deixar de registrar alguns dados ao longo do dia ou não coletar dados específicos, como precipitação, velocidade do vento ou umidade relativa do ar.

Os problemas em série ocorrem em um momento onde a natureza vendo dando sinais de que as mudanças climáticas causadas pela ação humana são reais e situações adversas podem se tornar cada vez mais constantes. Desta forma, registros extremos importantes não estão sendo coletados para auxiliar na previsão do tempo e construir um histórico climatológicos confiável.

Em Guanambi, distante 680 quilômetros de Salvador, onde fica a sede do 4º Distrito do Inmet, a estação automática instalada no Aeroporto Municipal Isaac Moura Rocha apresenta problemas constantemente há anos.

Por diversas vezes, em momentos de chuva, ou de calor extremo, o equipamento teve pane e não registrou os dados adequadamente. Em outubro deste ano, deixou de funcionar de vez e há quase dois meses nenhum dado oficial foi coletado no município.

O problema já havia ocorrido em 2021, quando o mesmo equipamento ficou por meses sem funcionamento. Mesmo depois da manutenção, a estação nunca mais voltou a funcionar corretamente, sempre deixando de registrar alguns dados importantes.

À época, o Inmet informou que estava sem recursos humanos e financeiros para realizar a manutenção e que os problemas atingiam cerca de 30% das estações em todo o país. O órgão informou que mais de 200 servidores se aposentaram e ainda não havia sido realizada nenhuma reposição, situação que persiste até o momento. Também não havia dinheiro para terceirizar o serviço e nem para bancar as viagens dos técnicos até às localidades.

No entanto, desta vez, nem o 4º Distrito, nem a assessoria de comunicação do órgão em Brasília responderam os questionamentos da reportagem da Agência Sertão sobre a falta de manutenção, e a previsão para a volta do funcionamento dos equipamentos.

Além disso, a região ficou bastante prejudicada nos últimos anos com o encerramento das estações convencionais, cujos dados eram captados manualmente durante o dia, nas cidades de Carinhanha e de Caetité, está última fundada em 1908, uma das mais antigas do Brasil. Com isso, uma grande área da Bahia ficou sem nenhum registro oficial de dados meteorológicos.

Até hoje o órgão não informou a razão de ter descontinuado as estações. Atualmente há apenas 12 estações do tipo em funcionamento no estado, algumas de forma parcial, com capitação de dados reduzida ao longo do dia.

Além de Guanambi, as cidades de Buritirama, Itiruçu e Maraú, e o Arquipélago dos Abrolhos estão sob apagão meteorológico. Nas cidades de Barreias, Bom Jesus da Lapa, Caravelas, Cruz das Almas, Delfino, Ibotirama, Ipiaú, Irecê, Jacobina, Luís Eduardo Magalhães, Porto Seguro, Ribeira do Amaro e Vitória da Conquista, as estações apresentam problemas e a coleta de dados está completamente comprometida por esta razão.

As estações meteorológicas do Inmet captam a velocidade do vento, a temperatura, a quantidade de chuva, a pressão atmosférica, a umidade relativa do ar e a radiação solar. Com menos equipamentos funcionando e servidores trabalhando, o problema deve se alongar por um bom tempo, em um momento no qual é muito importante que as mudanças no clima sejam compreendidas e antecipadas para evitar catástrofes.

Outro órgão que monitora condições climáticas, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), possuiu uma rede de pluviômetros em todo o país. Estes equipamentos também apresentam problemas em muitas localidades e os dados acabam não sendo registrados.

Estação do Inmet com problemas na Bahia

Barreiras (não registra dados entre 20h e 23h)
Bom Jesus da Lapa (não registra dados entre 20h e 23h)
Caravelas (só registra dados na metade do dia)
Cruz das Almas (não registra dados entre 21h e 4h)
Delfino (não registra umidade relativa do ar)
Ibotirama (não registra dados pelo menos uma hora por dia)
Ipiaú (não registra velocidade do vento)
Irecê (só registra dados entre 8h e 16h)
Jacobina (não registra dados das 6h às 11h)
Luís Eduardo Magalhães (não registra dados entre 20h e 23h)
Porto Seguro (não registra dados entre 21h e 6h)
Ribeira do Amparo (não registra dados entre 18h e 21h)
Vitória da Conquista (não registra chuvas e não coleta umidade relativa do ar em algumas horas do dia).

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