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ENTRE A DEMOLIÇÃO E O DESABAMENTO: O FUTURO DO PATRIMÔNIO DE ILHÉUS

ENTRE A DEMOLIÇÃO E O DESABAMENTO: O FUTURO DO PATRIMÔNIO DE ILHÉUS
Por: Redação O Tabuleiro
Dia 04/11/2025 19h48

Galpões da Codeba são demolidos e parte do Hotel Ilhéus desaba; debate sobre preservação se intensifica

A cada nova demolição ou desabamento, Ilhéus perde mais do que construções antigas, perde parte de sua alma. O avanço do tempo e a omissão podem transformar o centro histórico em um cenário de ruínas, onde o passado se desfaz em meio à pressa e ao esquecimento.

No dia 10 de outubro de 2025, a prefeitura iniciou a demolição dos galpões para garantir a segurança pública e promover a requalificação da área. Os equipamentos tinham entre 80 e 100 anos e faziam parte do Antigo Porto de Ilhéus. A obra do Antigo Porto, no entanto, começou em 1919 e foi inaugurada em 1920 com o Galpão. Principal onde hoje funciona uma fábrica de gelo e a Bahia Pesca. A demolição dividiu opiniões. Enquanto moradores e historiadores lamentaram a perda de mais um marco do passado Ilheense, outros defenderam a medida diante do risco à população.

Alguns defendem que a história dos galpões poderia ter sido preservada através da revitalização, transformando-os em um ponto turístico, semelhante ao que ocorreu em outras cidades, como a Estação das Docas em Belém.

O episódio de desabamento mais recente e alarmante ocorreu no Hotel Ilhéus, prédio histórico da década de 1930, situado na Avenida Dois de Julho, onde parte da estrutura desabou em outubro. O incidente no edifício, que está em funcionamento não causou vítimas, mas deixou a cidade em alerta.

“Isso causa insegurança porque já aconteceu de fragmentos do prédio cair e quase atingir pessoas”, contou o taxista Marcelo Carvalho. “As autoridades têm que viabilizar uma forma de, antes da alta temporada, fazer contenção e melhoria para que os turistas se sintam mais seguros”, destacou.

A paisagem do centro de Ilhéus, antes marcada pela imponência dos casarões e pela memória do cacau, hoje está deixada à própria sorte.

A falta de orçamento, de gestão integrada ou de priorização do patrimônio tem custado caro à identidade da cidade.

Diante da dificuldade de preservação, uma alternativa seria a aplicação do projeto de Naming Rights, aprovado em 2024, que permite que empresas privadas adotem e invistam na recuperação de espaços culturais.

A medida, se aplicada, poderia representar uma saída concreta para resgatar parte da memória arquitetônica de Ilhéus, hoje ameaçada pelo abandono.

Enquanto o tempo avança e a falta de manutenção se torna regra, o alerta permanece: quanto da história de Ilhéus ainda resistirá antes de virar pó?

A trajetória do patrimônio ilheense reflete uma ferida aberta entre o passado e o presente. Sem ação imediata, o que restará serão lembranças e fotografias de um tempo em que Ilhéus ostentava grandeza. A reconstrução dessa memória exige mais que restauração física, exige compromisso com a identidade e o respeito à história da cidade.

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