Coruja encontrada ferida no Jóia do Atlântico morreu enquanto aguardava o resgate solicitado ao INEMA.

Um ouvinte do programa O Tabuleiro, da Rádio Ilhéus FM, denunciou nesta terça-feira (25), a demora do INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) no atendimento a um pedido de resgate de uma coruja ferida no bairro Jóia do Atlântico, em Ilhéus. Segundo o relato, por volta das 9h30, um morador encontrou o animal debilitado, cego de um olho e com ferimentos visíveis. Preocupado com a situação, ele recolheu a coruja e, com apoio de integrantes de um grupo de ciclismo, iniciou a busca por ajuda especializada.

Às 10h15, o ouvinte que acompanhou o caso fez contato com o INEMA pelo WhatsApp, seguindo as orientações divulgadas pelo próprio órgão, que recomenda que a população solicite apoio imediato ao encontrar animais silvestres feridos. A primeira resposta veio logo em seguida, quando o instituto pediu a localização, fotos e um breve relato. Todas as informações foram enviadas, incluindo detalhes sobre o estado crítico da coruja. Pouco depois, o órgão solicitou dados pessoais do responsável pelo chamado, como nome completo, CPF, RG e endereço, afirmando que essas informações eram necessárias para encaminhar a viatura ao local.

Com tudo fornecido, o ouvinte voltou a procurar o INEMA às 11h45, informando que o amigo que resgatou a coruja continuava aguardando e enviando nova foto do animal. Às 12h16, o instituto respondeu que a solicitação estava com a equipe em campo e alegou enfrentar alta demanda naquele momento. Mesmo assim, nenhuma equipe foi enviada ao local.

A situação se agravou com o passar das horas. Às 13h11, o ouvinte comunicou ao órgão que já não era mais necessário enviar a equipe, pois a coruja havia morrido enquanto aguardava atendimento. Uma foto enviada às 13h12 registrou o animal já sem vida. Só mais de uma hora depois, às 14h18, o INEMA voltou a se manifestar, lamentando o ocorrido e afirmando que avisaria a equipe.

Indignado, o ouvinte afirmou que ficou evidente a falta de empenho, eficiência e dedicação por parte do instituto. "É um órgão que deveria zelar, resgatar e cuidar dos animais silvestres. Como eles alertam em publicações, que quando a população encontrar um animal silvestre em situação de vulnerabilidade, debilitado, correndo risco ou oferecendo risco, é dever entrar imediatamente em contato com o orgão responsável solicitando o resgate. Na teoria é assim, mas na prática, hoje vi que não é bem assim", disse.

Segundo ele, embora não houvesse garantia de que a ave sobreviveria, um resgate rápido poderia ter oferecido ao menos uma chance de recuperação. "Ficou evidente que não houve vontade por parte do órgão em tentar salvar este animal. Espero que eles repensem as táticas e busquem melhorar o serviço, fazendo jus a sua função diante da sociedade e em prol da natureza", desabafou. Ele também relatou que tentou apoio do Corpo de Bombeiros, mas recebeu apenas respostas que, segundo suas palavras, demonstraram “empurra-empurra” entre as instituições.

Mesmo seguindo todas as recomendações oficiais, desde o envio de fotos e localização até a manutenção do animal em segurança, o resgate não aconteceu a tempo.