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O Tabuleiro

Pawlo Cidade

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É POLÍTICA? TÔ FORA!

Se existe uma coisa que eu não consigo destrinchar é a tal política partidária. Esse negócio de conchavos, acordos, combinações e rasteiras que essa política enfatiza não consigo engolir. Até admiro quem faz as chamadas “leituras políticas” de determinados colégios eleitorais como meus amigos Jerbson Josué, Chico Andrade, Vilanova e tantos outros. E fico mais admirado ainda daqueles que trazem no sangue a astúcia e a malícia de um bom jogador de xadrez no tabuleiro político.

Não me arrisco afirmar quem vai ganhar ou perder uma eleição. Às vezes até opino, mas depois, fico pensando se melhor seria apenas observar. E quando opino é porque ouço nas ruas quem o povo diz que vai ganhar. Escuto as queixas, as estratégias, as afirmações e estudo em silêncio, observando. Por não gostar da tal política partidária sou um cidadão apolítico? Claro que não! Sou político até na alma. Porque a política é também um processo cerimonial, uma questão de urbanidade, de cortesia. O cara político sabe disso. Ele é político na forma com que conduz conflitos, resolve problemas, propõe projetos e constrói políticas públicas eficazes e eficientes.

Existem os políticos profissionais e os profissionais políticos e eles possuem uma habilidade de se relacionar com o outro de tal maneira que um “não” é para você como se fosse um “sim”. Político não diz não pelo não. Ele diz “não” e você acredita que é um “sim”, mesmo ele dizendo que “não”! Parece filosofia, mas é política.

Portanto, se você quer falar de política partidária, posso até te ouvir, mas não vou comungar com muitas de suas ideias. Eu sei que você quer obter resultados com seus acordos, seus apoios, seus objetivos, mas eu quero continuar sendo o político que constrói a política que você promete. Em outras palavras: eu sou o técnico. Mas isso não me exclui do político, compreende? Você é esperto, eu sou calejado; você é astuto, eu sou pé no chão. Se eu digo que determinada estrutura não suporta determinado peso, não estou dizendo que vou dar um jeito da estrutura suportar o peso que você precisa, estou afirmando que a estrutura não suporta o peso desejado e ponto final. Agora, se você, depois de ouvir o técnico, resolver tomar uma atitude política, aí, você assume o pepino. 

Então, para concluir, é preciso ser político, sempre. E mais importante ainda é saber diferenciar o cidadão político do político cidadão. É, o primeiro, o indivíduo que pode mudar toda uma estrutura com apenas um voto. Mas se você é daqueles que tem nojo da política porque só consegue enxergá-la de forma unilateral, estará fadado a se submeter aos políticos que sempre estarão no poder.

 

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 09/07/2020 07h20

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