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PEOLLA PAULA STEIN

PEOLLA PAULA STEIN

A RELAÇÃO DIRETA ENTRE MOBILIDADE URBANA E ECONOMIA

A relação direta entre mobilidade urbana e economia

Diversos estudos apontam que se uma cidade ou uma região quer crescer, atrair mais empregos, indústrias e negócios, uma das primeiras coisas que as empresas avaliam antes de investir é a infraestrutura de transportes. Se poderão receber seus insumos e escoar sua produção de maneira eficiente, se seus funcionários poderão ir e voltar do trabalho de forma rápida e fácil. E é justamente por isso que a maioria das cidades que almejam crescimento e desenvolvimento investem na mobilidade urbana, não só para atrair novos investimentos, mas para manter e desenvolver os negócios nela já instalados.

Todas as pessoas quando iniciam um deslocamento são agentes econômicos. Seja indo para o trabalho, escola, lazer ou para assuntos médicos, ela está movimentando os elos da economia. O transporte em si não gera produção pois ele é o meio pelo qual o indivíduo chega até o seu destino. Pode-se dizer que na maioria dos casos, o tempo sentado, ou esperando um transporte, ou se deslocando, independente do modo de transporte, não gera produto econômico, pelo contrário, é uma deseconomia. Portanto, quanto mais rápido a pessoa chega, mais dinâmica se torna a economia. É por isso que existe a expressão “tempo é dinheiro”. Diversas Federações de Indústrias produzem seus próprios relatórios dos custos da “Imobilidade Urbana” e basicamente isso consiste em avaliar o tempo gasto para se deslocar e correlacionar com o salário de cada pessoa. Se individualmente o valor parece irrisório, o mesmo não é verdadeiro para quando somam-se todas as pessoas.

Além dos pontos citados, uma boa mobilidade ajuda a economizar combustível para ir e voltar do trabalho, por exemplo, e as empresas ganham com um menor índice de atrasos e maior produtividade, pois quem leva uma hora, duas horas para chegar ao trabalho já chega cansado. Muitos estudos e investimentos são feitos no transporte coletivo porque ele certamente é o meio pelo qual mais se deslocam pessoas no mesmo período de tempo e espaço. Não tem comparação com um carro que está em média carregando uma ou duas pessoas.

É preciso ressaltar também que existem coisas na vida que não têm preço: como poder assistir a uma apresentação de seu filho, ajudá-lo com o dever de casa ou estar junto à sua esposa ou marido ou outras pessoas que você ama, descansar ou se divertir. E para tudo isso, precisamos de tempo sobrando após realizar a rotina diária.

No caso de Ilhéus especificamente, parte desses cálculos de “tempo perdido” já podem começar a ser delineados, pois foi entregue pela Secretaria de Infraestrutura da Bahia ao município a Pesquisa Origem e Destino. Nesta pesquisa, diversas pessoas foram entrevistadas e deram detalhes sobre a sua rotina de deslocamento, ou seja, elas detalharam as formas pelas quais realizam as suas atividades econômicas na cidade. Ao se apropriar destes resultados, os gestores da cidade começam a entender como podem dinamizar a economia. O próximo passo é, sem sombras de dúvidas, fazer o plano de mobilidade urbana. Ilhéus, por força de lei federal, deveria ter este plano pronto no ano de 2015. E como especialista na área posso afirmar com certeza que para cumprir a última data disponibilizada pelo governo federal, que é Abril de 2023, os gestores da cidade já estão atrasados. Como uma cidade que pretende atrair e fixar ainda mais empresas e investimentos nos próximos anos, é urgente que a mobilidade urbana seja tratada como prioridade.

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 13/09/2021 11h29

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