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Pawlo Cidade

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PORQUE NÃO DEVEMOS LER

Eu sempre digo que a leitura é o caminho. Você deseja ter um senso crítico apurado? Quer engolir tudo que lhe empurram facilmente goela abaixo? Você quer entender, de fato, o que está enxergando? Você quer ser combustível quando está diante das manifestações artísticas? Quer se divertir, se educar, ampliar e ter consciência dos seus sentimentos? Então, meu caro, você precisa ler. É a leitura o caminho. Ler tudo. Até bula de remédio, aquela coisa chata de letrinhas miúdas.

A leitura diminui o preconceito, amplia seu desejo de viajar, te torna mais tolerante com as pessoas. Se você abrir os olhos vai perceber que muitos não querem que você leia. Se pudessem eles proibiriam a leitura para que você não tivesse a ânsia de investigar mais, e profundamente, seu mundo secreto e o de cada pessoa. Sem leitura, você não tem a capacidade de abrir conhecimento através do cinema, da pintura, do teatro, da música. Sabe quando você escuta, mas não ouve? Quando você vê, mas não enxerga? Quando você toca, mas não sente? É a pessoa que não lê.

Sem leitura você lê apenas o inevitável: manchetes de sites e blogs, jornais e revistas, outdoor, propagandas de televisão, rádio e busdoor. Se você ler, você vai aprender um pouco mais sobre si mesmo. E para quer você quer aprender mais sobre si mesmo? Para incentivar sua própria perseguição? Para entender que Eva na frase “Eva viu a uva”, Eva ocupa uma posição em seu contexto social porque trabalha para produzir a uva e saber quem lucra com a uva que ela produz?

Mas, para quê ler mesmo? Para compreender que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria construção?” Que a leitura, sozinha, não transforma a sociedade, mas que sem ela, tampouco, a sociedade muda?

E aí vem um cara, líder da nossa nação, e diz que que o homem que nos mostrou tudo isso é um energúmeno. Um demônio! “Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica”, disse Paulo Freire. O homem, não o energúmeno, que brigava para que a justiça social fosse implantada antes da caridade.

O homem que nos ensinou que “não há vida sem correção, sem retificação”. E, alguns casos é preciso ratificar e não retificar nossas convicções para provarmos o que, muitas vezes, está à nossa frente. Mas eles não querem que nós enxergamos. Eles querem que continuemos afirmando que ler é uma chatice. É coisa de quem não tem o que fazer. 

 

 

 

 

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 27/12/2019 08h09

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