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RILTON FILHO

RILTON FILHO

UM RUBEM ALVES PARA UMA PANDEMIA.

Ontem, dia 15 de setembro, um dos maiores pensadores que o Brasil já recepcionou completaria 87 anos: Rubem Alves. Como gostava de ser chamado, o professor Rubem Alves foi um pensador que provocava, mas ao mesmo tempo esperançava. Isso mesmo. Rubem não pensava Esperança de modo estático, antes, entendia ser essa algo maior do que a própria palavra: esperança é um gesto; uma ação que não se apega ao que vê.

O pensamento de Rubem Alves é oportuno para o que vivemos, ou seja, uma situação paradoxal, pois embora vivemos em um "novo normal" queremos que este seja, o mais rápido possível, um "velho normal". Queremos que ele passe logo! Nesse sentido, há uma frase interessante do Rubem que nos deixa de certa forma dispostos a enfrentarmos esse tempo com alguma coragem e sabedoria. Ele disse: "Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses".

O novo normal imputa dor, sofrimento, restrição, lamento e compaixão, mas, são elas as responsáveis por duas coisas: nos colocar frente a nossa vulnerabilidade e, sobretudo, nos fazer entender que nada disso é eterno. A alegria, o encanto, o sorriso, o abraço e a sabedoria serão frutos dessa longa e silenciosa metamorfose.

Esse é um tempo oportuno para repensarmos à vida e, se por um acaso o Rubem estivesse aqui, talvez diria: permita o silêncio para repensar os caminhos e decisões que te levaram até aqui; permita a metamorfose que será o sinal da confissão e fraqueza de que fez péssimas escolhas. Permita... Pois se assim não for, nunca será borboleta, será, no máximo, uma lagarta arrogante.

Por: Redação O Tabuleiro
Dia 16/09/2020 08h40

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